Após mortes, Biden diz que EUA lançarão ajuda por ar em Gaza
Além da ajuda humanitária, presidente americano também deu atualizações sobre tentativa de um cessar-fogo entre Israel e Hamas

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira, 1, o primeiro lançamento militar aéreo de alimentos e suprimentos em Gaza. O planejamento de ajuda humanitária estadunidense ocorre um dia depois que mais de cem palestinos foram mortos em um ataque israelense enquanto faziam fila para comida.
O presidente afirmou que o lançamento dos EUA deve ocorrer nos próximos dias, sem oferecer mais nenhum detalhe.
“Precisamos fazer mais e os Estados Unidos farão mais”, disse Biden. “A ajuda que flui para Gaza está longe de ser suficiente”, acrescentou.
O porta-voz do governo dos EUA, John Kirby, enfatizou que a ajuda aérea se tornaria um “esforço sustentado”, acrescentando que o primeiro seria de refeições militares já prontas para serem consumidas.
Ao todo, de acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, cerca de 576 mil pessoas na Faixa de Gaza estão a um passo da fome. O número é equivalente a um quarto da população do enclave. Atualmente, para tentar combater a fome, diversos palestinos estão consumindo ração de animais, cavalos abatidos e até cactos. A ONU já alertou que a desnutrição aguda entre as crianças no norte palestino já está acima do limiar crítico de 15% e as organizações de ajuda humanitária precisam enfrentar “obstáculos esmagadores” para conseguir distribuir os suprimentos.
Negociação de paz
Além do lançamento aéreo, Biden também afirmou que negocia um possível cessar-fogo entre Israel e Hamas para que mais ajuda humanitária consiga entrar no território. Segundo o democrata, a ajuda humanitária que entra em Gaza não é o suficiente para toda população, embora grande parte da distribuição de comida e materiais sejam feitos por vias aérea. Atualmente, a entrega de suprimentos por vias terrestres tem encontrado diversos obstáculos, com caminhões enfileirados entre a fronteira do Egito com a cidade palestina de Rafah.
No início da semana, Biden afirmou que esperava que o acordo de cessar-fogo fosse assinado na próxima segunda-feira, 4. Entretanto, com a morte de civis palestinos em filas de ajuda humanitária por militares de Israel, a possibilidade da negociação de trégua sair do papel tão rapidamente é baixa. Apesar disso, Biden afirmou que está “esperançoso” em relação a um acordo de paz.