Após encontro de representantes, EUA enviam ajuda militar à Ucrânia
Pacote com 90 toneladas de munição chegou a Kiev neste sábado; risco de conflito na região é considerado alto pela Otan
Os Estados Unidos enviaram 90 toneladas de equipamentos militares para a Ucrânia. O pacote inclui munição para os soldados estacionados na fronteira com a Rússia e faz parte de um pacote de ajuda de US$ 200 milhões aprovado pelo presidente americano, Joe Biden, em dezembro do ano passado. A embaixada dos EUA em Kiev afirmou que o envio da ajuda faz parte do “firme compromisso com o direito soberano da Ucrânia à autodefesa”.
O pacote chegou à Ucrânia após a reunião de representantes dos Estados Unidos e da Rússia em Genebra, na Suíça, na sexta-feira, 21, para discutir a crescente crise, horas depois de Moscou alertar que as relações com Washington atingiram um ponto “perigoso e crítico”.
O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que essa adesão terá consequências graves. A Otan, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e pela Ucrânia, mais ninguém”.
Os Estados Unidos ameaçam a Rússia, prometendo uma “forte resposta” caso o exército russo invada a Ucrânia. Moscou, do outro lado, negou planos de invadir o país vizinho, mas há intensa movimentação militar na região. Imagens de satélites feitas pela Maxar Technologies e fornecidas à CNN mostram que há presença de tropas e equipamentos a menos de 50 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, com um aumento entre 7 de setembro e 5 de dezembro no número de veículos.
Se a invasão de fato acontecer, não será a primeira vez que a Rússia assume o controle de uma região da Ucrânia. Em 2014, o governo de Moscou anexou a Crimeia. A presença de mais de 100 mil soldados russos na fronteira disparou o alarme da Otan, que afirma que o risco de um novo conflito na região é real.