Após ataque do Irã, 50 soldados dos EUA tiveram lesão cerebral traumática
Donald Trump havia dito que investida não matou ou feriu nenhum membro das forças americanas; depois, minimizou lesões, reduzindo-as a 'dores de cabeça'
Os ataques com mísseis do Irã a uma base americana no Iraque no início de janeiro deixaram 50 militares dos Estados Unidos com lesão cerebral traumática, segundo informou o Pentágono nesta quarta-feira, 29. Anteriormente, o governo americano havia anunciado que apenas 16 soldados ficaram feridos.
Os sintomas das lesões incluem dores de cabeça, tontura, sensibilidade à luz e náusea. Dos 50 feridos, 31 foram tratados no Iraque e retornaram ao serviço, incluindo quinze dos diagnosticados mais recentemente, segundo o tenente-coronel Thomas Campbell, porta-voz do Pentágono.
Dezoito militares foram enviados à Alemanha para avaliação e tratamento adicionais. Um soldado também viajou ao Kuwait para tratamento e, desde então, voltou ao serviço, disse ele.
Inicialmente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o ataque do Irã em 8 de janeiro não tinha matado ou ferido nenhum membro das forças americanas. Ainda na semana passada, o republicano pareceu minimizar as lesões, dizendo que “ouviu dizer que eles tinham dores de cabeça” e que não considerava “os ferimentos muito graves, em comparação a outros ferimentos que já vi”.
O líder americano, que evitou a convocação para a guerra do Vietnã aos 22 anos com um atestado de bico de papagaio (um tipo de artrite), recebeu críticas de veteranos de guerra pelos comentários. Segundo dados do Pentágono, cerca de 408.000 integrantes do serviço foram diagnosticados com lesão cerebral traumática desde 2000.
Os ataques com mísseis do Irã foram uma retaliação pela morte de um alto general da Guarda Revolucionária, Qasem Soleimani, em investida dos Estados Unidos no aeroporto de Bagdá em 3 de janeiro.
(Com Reuters)