Amazon diz que funcionários terão que voltar presencialmente e suspende modelo híbrido
Medida deve ser implementada até janeiro de 2025; caso a determinação seja descumprida, funcionários prejudicarão chances de promoções
A Amazon anunciou nesta segunda-feira, 16, que funcionários corporativos da empresa deverão comparecer aos escritórios cinco dias por semana a partir de janeiro de 2025, colocando ponto final na carga horária híbrida herdada da pandemia de Covid-19. Até então, o trabalho presencial era obrigatório em apenas três dos cinco dias de trabalho nas filiais mundo afora.
A notícia foi comunicada pelo CEO da multinacional, Andy Jassy, que afirmou que a alteração na rotina impulsionará os funcionários a “inventar, colaborar e estar conectados o suficiente” uns com os outros e com a “cultura” da empresa, com a finalidade de “oferecer o melhor para os clientes e para o negócio”. Ele explicou que, ao analisar a mudança, concluiu que há vantagens “significativas” para o contato diário no escritório.
“Observou-se que é mais fácil para nossos colegas de equipe aprender, modelar, praticar e fortalecer nossa cultura; colaborar, trocar ideias e inovar é mais simples e eficaz; ensinar e aprender uns com os outros é mais fluido; e as equipes tendem a estar mais conectadas entre si”, acrescentou Jassy.
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Caso a determinação seja descumprida, os funcionários prejudicarão chances de promoções e que quaisquer exceções deverão ser aprovadas pelas lideranças da Amazon, alertou o CEO. Não é a primeira vez que Jassy defende a volta às condições adotadas antes da pandemia. Em um memorando, divulgado no ano passado, ele admitiu que o retorno de milhares de trabalhadores “não é simples”, mas que daria às equipes “algum tempo para desenvolver um plano”.
Espera-se que a medida enfrente resistência. Em maio do ano passado, uma greve foi realizada em Seattle, onde está situada a sede da gigante da tecnologia, após queixas de funcionários sobre o retorno ao modelo presencial. Pouco antes, a Amazon demitiu cerca de 27 mil pessoas em rodadas de cortes seguidas.
Uma pesquisa da ONG The Conference Board, com dados do início deste ano, indicou que apenas 4% dos CEOs ao redor do mundo priorizam a retomada do tempo integral no trabalho.