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Alemanha: sociais-democratas se tornarão oposição a Merkel

Decisão da legenda de centro-esquerda, que fez parte do atual governo da chanceler, foi anunciada após o partido obter seu pior resultado histórico

Por Da Redação
Atualizado em 24 set 2017, 15h48 - Publicado em 24 set 2017, 15h43

O líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, anunciou neste domingo, em Berlim, que não oferecerá à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a possibilidade de uma nova “grande coalizão” com o Partido Democrata-Cristão (CDU). A decisão deixa a atual chefe de governo com apenas uma opção de aliança para governar o país pela quarta vez, reunido o Partido Liberal-Democrata (FDP, centro-direita) e o Partido Verde (centro-esquerda).

A decisão de Schulz foi anunciada em seu primeiro discurso após o fechamento das urnas. Na oportunidade o líder do SPD, ex-presidente do Parlamento Europeu, reconheceu a derrota, na qual o partido deve ter o pior resultado de sua história: em torno de 20% dos votos. “Este é um dia difícil e amargo para a social-democracia na Alemanha. Não atingimos os nossos objetivos “, admitiu Schulz, anunciando porém a intenção de continuar à frente do partido para liderar sua reforma interna. “Atingimos menos eleitores do que estávamos esperando, mas os que vieram podem acreditar que vamos perseguir os nossos objetivos.”

Schulz anunciou ainda que não aceitará um novo convite para renovar a “grande coalizão ” entre CDU e SPD, com a qual Merkel pôde governar ao longo de seu primeiro e de seu terceiro mandatos. Segundo o social-democrata, o partido não pode permitir que a Alternativa para a Alemanha (AfD), movimento de extrema-direita, comande a oposição ao governo no Parlamento. “Nós somos a oposição democrática. Vamos usar o tempo para nos reposicionar e nos reorganizar mais uma vez”, anunciou.

Pelas regras alemãs, o maior partido que não faça parte da coalização governista tem o direito de liderar a oposição. Se permanecesse apoiando Merkel, o SPD ficaria atrás do CDU na base governista e veria o AfD ganhar destaque entre os que não apoiam a atual primeira-ministra. No entanto, a postura de Schulz não significa que o seu partido não acredite que a democrata-cristã conseguiria maioria para governar – ele aposta na chamada “coalizão Jamaica”.

A “coalizão Jamaica”, uma alusão às cores do CDU, do Partido Verde e do FDP, é assim a única opção de Angela Merkel para governar em um quarto mandato.

(Com Estadão Conteúdo)

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