Alemanha proíbe grupo neonazista que atuava desde a década de 1990
Mais de 200 policiais entraram nas casas de membros da organização Combat 18, nome em homenagem a Adolf Hitler
A Alemanha proibiu, nesta quinta-feira, 18, que o grupo neonazista Combat 18 continue exercendo suas atividades extremistas. Policiais realizaram buscas em todo o país na tentativa de reprimir a organização. Grupos neonazistas já são proibidos em muitos países europeus.
“A proibição de hoje é uma mensagem clara: o extremismo de direita e o antissemitismo não têm lugar em nossa sociedade”, declarou Horst Seehofer, ministro do Interior alemão.
Segundo a emissora alemã Deutsche Welle, cerca de 200 policiais realizaram buscas nas casas de membros do grupo em seis estados do país (Brandemburgo, Hesse, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Renânia do Norte-Vestfália, Renânia-Palatinado e Turíngia).
Entre os objetos apreendidos, estavam celulares, computadores portáteis, equipamentos de armazenamento de dados, roupas, itens de devoção ao nazismo e materiais de propaganda.
O nome da associação Combat 18 é uma homenagem ao ditador nazista Adolf Hitler, fazendo referência às suas iniciais, que são a primeira e oitava letras do alfabeto.
Sob o lema “o que for preciso”, o grupo se originou no Reino Unido na década de 1990, mas se espalhou para outros países.
Acredita-se que haja cerca de 20 membros da organização na Alemanha, onde é liderada por Stanley Röske e Robin Schmiemann. Schmiemann já foi preso por atirar em um tunisino.
Além da Europol, polícia da União Europeia, já haver alertado que o grupo era uma ameaça ao continente, pedidos pela proibição ganharam força desde o assassinato do político pró-refugiados Walter Lübcke, em junho de 2019. Acredita-se que o suspeito do assassinato tenha relações com membros do Combat 18.
O ministro Seehofer também afirmou que a existência de um grupo neonazista vai contra a constituição alemã: “A Lei Fundamental Alemã nos coloca uma espada afiada nas mãos com a proibição de associações, a fim de proteger efetivamente nossa ordem democrática e nosso sistema de valores”.