Agências da ONU se juntam para pedir ‘cessar-fogo imediato’ em Gaza
Em uma rara declaração conjunta, 18 departamentos da organização destacaram que os ataques contra civis "devem parar agora"
Os chefes de 18 agências das Nações Unidas e organizações globais de ajuda emitiram uma rara declaração conjunta no último domingo, 5, apelando por um “cessar-fogo humanitário imediato” em Israel e Gaza. Os signatários reconheceram os horrores dos assassinatos de civis cometidos pelos dois lados da guerra.
“Já se passaram 30 dias. Já é suficiente. Isto deve parar agora”, afirma a declaração, assinada pelos chefes da Organização Mundial de Saúde (OMS), Unicef, CARE International, Save the Children, Programa Alimentar Mundial e Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), entre outros.
Eles qualificaram o ataque de 7 de outubro do Hamas contra Israel, que matou mais de 1.400 pessoas, deslocou dezenas de milhares e fez 240 reféns, como “horrível”. Ao mesmo tempo, disseram que o assassinato de civis em Gaza é um “ultraje”. De acordo com autoridades palestinas, mais de 9.700 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses em Gaza desde o início das represálias.
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Além das mortes, os autores destacaram as dificuldades que estão sendo enfrentadas pela população civil, como a escassez de alimentos, água, medicamentos, energia elétrica e combustível. Segundo eles, os trabalhadores humanitários também estão pagando o preço do conflito.
“Toda uma população está sitiada e sob ataque, sem acesso aos bens essenciais para a sobrevivência, bombardeada nas suas casas, abrigos, hospitais e locais de culto. Isso é inaceitável”, disse o comunicado. “Dezenas de trabalhadores humanitários foram mortos desde 7 de outubro, incluindo 88 colegas da UNRWA (agência da ONU que atua em Gaza) – o maior número de vítimas mortais das Nações Unidas já registado num único conflito.”