África do Sul diz que vai continuar metas do Brasil no G20 e anuncia parceria com UE
Cyril Ramaphosa revelou que cúpula do G20 em Joanesburgo, em 2025, terá como tópicos centrais desigualdade, equidade e desenvolvimento sustentável
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse neste domingo, 17, que dará prosseguimento a metas brasileiras no G20, que reúne as maiores economias, ao assumir a presidência do grupo em novembro deste ano. Em evento no Rio de Janeiro, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ele também anunciou uma parceria de transição energética com a União Europeia (UE), apoiada pela organização internacional Global Citizen, com duração de um ano.
Ramaphosa revelou que a cúpula dos líderes do G20 em Joanesburgo, marcada para 2025, terá como tópicos centrais a desigualdade, a equidade e o desenvolvimento sustentável, tema caro para presidência brasileira no grupo. Trata-se do primeiro país africano a assumir a chefia do grupo.
Além disso, o presidente atentou que 600 milhões de africanos ainda não têm acesso à eletricidade — pessoas que seriam beneficiadas, segundo Ramaphosa e von der Leyen, por uma transição para a energia renovável. Ele defendeu uma “transição justa”, que levaria em consideração os povos originários, os empregos que serão perdidos e os meios de subsistência. Assim, a população sentiria os benefícios e o processo não afetaria a economia.
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Os líderes participaram do evento Global Citizen Now, que procura impulsionar “ações urgentes” para graves problemas contemporâneos, como pobreza e meio ambiente. Von der Leyen afirmou que os combustíveis fósseis são a grande pedra no sapato para conter a mudança climática. Ela relembrou as metas estabelecidas na COP28, da ONU, incluindo o plano de triplicar energias renováveis até 2030.
A presidente do Executivo da UE destacou, ainda, que as tentativas para conter o aquecimento global só serão bem-sucedidas “se nenhum continente ficar para trás”, acrescentando: “Nós precisamos juntar forças”. Ela defendeu o uso de energias renováveis por serem limpas, baratas e passíveis de serem implementadas nos lares. Von der Leyen também disse que o plano de 2030 representaria um “corte 10 bilhões de emissão de CO2”, o que seria “um grande passo adiante”.
“A jornada de energia limpa da África está ganhando velocidade. Temos orgulho de fazer parte dela”, disse von der Leyen em comunicado. “A Europa tem investido maciçamente em projetos de energia renovável na África com o Global Gateway. Agora, estamos convidando o mundo a se juntar a nós. Tenho o prazer de co-apresentar a campanha Scaling up Renewables in Africa com meu amigo, o Presidente Ramaphosa. Juntos, ajudaremos a levar energia limpa e acessível para a África.”