Acusado de ser ‘cérebro’ de atentado contra jornal ‘Charlie Hebdo’ é preso
Peter Cherif foi detido em Djibouti, na África. De acordo com autoridades, ele foi um dos primeiros franceses a se juntar ao Estado Islâmico
Acusado de ser um dos autores intelectuais do atentado contra o jornal Charlie Hebdo, Peter Cherif foi preso pela polícia francesa no Djibouti, país africano, anunciou o ministro de Defesa da França, Florence Parly, nesta sexta-feira, 21.
De acordo com as autoridades francesas, Cherif tem laços com os irmãos Kouachi, que mataram doze pessoas em 2015, em retaliação às ilustrações da publicação satírica sobre o profeta Maomé.
Também conhecido pelo pseudônimo Abou Hamza, Cherif, de 36 anos, foi preso no domingo 16, segundo a Reuters. O acusado espera uma decisão sobre os próximos passos de sua extradição à França.
“As notícias são muito boas, porque este terrorista teve um papel fundamental no planejamento do ataque contra o Charlie Hebdo”, contou Parly à rádio RTL. “Isso mostra que a luta contra o terrorismo é uma ação a longo prazo e que se você se mantém comprometido, obtém resultados.”
A rádio France Info relatou que Cherif era um dos terroristas mais procurados do mundo, incluído na lista negra do Departamento de Estado há mais de três anos.
Por outro lado, seu nome não consta no documento divulgado hoje pela Promotoria Francesa, no qual a Justiça do país pede o indiciamento de 14 pessoas por relação com atentados terroristas em Paris, em janeiro de 2015. No dia seguinte do ataque ao jornal, uma policial em treinamento foi morta por Amedy Coulibaly, um fundamentalista islâmico. Poucas horas depois, ele atacou um mercado judeu no extremo da cidade francesa, onde assassinou quatro reféns antes de ser morto pela polícia.
Vinte pessoas, incluindo os três criminosos, morreram nos dois atos. Cheri e Said Kouachi foram executados em uma ofensiva da polícia dois dias depois do ataque ao Charlie Hebdo.
Segundo as investigações, Peter Cherif, veterano do jihadismo, conhecia os irmãos Kouachi desde o final da década de 90. Os investigadores consideram que sua radicalização começou em 2003. Ele chegou ao Iraque através da Síria e foi um dos primeiros franceses a viajar para o terreno de atuação do Estado Islâmico (EI).
Preso pela coalizão que combatia o grupo armado e condenado a 15 anos de prisão no Iraque, escapou em março de 2007, sendo detido de novo pelas forças francesas na Síria no ano seguinte.
Extraditado à França, não sofreu medidas cautelares e acabou fugindo antes que houvesse sentença ditada contra ele. Os serviços secretos franceses acreditam que ele foi para o Iêmen, onde manteve contato telefônico com os irmãos Kouachi.