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Acidente em Fukushima teve causa humana, conclui Japão

Segundo investigação da tragédia, governo e empresa não protegeram o país

Por Da Redação
5 jul 2012, 07h04

O acidente nuclear na usina de Fukushima foi “um desastre provocado pelo homem” e não apenas uma consequência do terremoto e do tsunami que atingiram o nordeste do Japão em 11 de março de 2011, concluiu uma comissão parlamentar jaónesa que investigou a tragédia.

Entenda o caso

  1. • Em 11 de março, um tsunami, que se seguiu a um terremoto de 9 graus de magnitude, devastou o nordeste do Japão, resultando na morte de 15.000 pessoas.
  2. • O desastre natural atingiu a usina nuclear de Fukushima e deu origem à mais grave crise atômica desde Chernobyl, em 1986.
  3. • A partir de então, o mundo todo passou na discutir a real necessidade da energia nuclear, com o temor de que uma nova catástrofe possa colocar o mundo em risco.

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“Fica claro que este acidente foi um desastre provocado pelo homem. Os governos anteriores e o da época, as autoridades reguladoras e a Tokyo Electric Power (Tepco) falharam no dever de proteger a população e a sociedade”, afirma a comissão no relatório final.

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Segundo a investigação, “o acidente foi o resultado de uma cumplicidade entre o governo, as agências de regulamentação e a operadora Tepco, além de uma falta de comando das mesmas instâncias”. “Traíram o direito da nação de ser protegida de acidentes nucleares. Por isto chegamos à conclusão de que o acidente foi claramente causado pelo homem”, afirma o documento de 641 páginas.

“Consideramos que as causas fundamentais foram os sistemas de organização e regulamentação que se basearam em lógicas equivocadas, suas decisões e ações, e não um problema de competência de um indivíduo em particular”, afirma o relatório.

Catástrofe – O acidente em Fukushima, o mais grave desde a catástrofe em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, aconteceu após um terremoto de 9 graus de magnitude na escala Richter na região de Tohoku (nordeste japonês). O tremor desencadeou um tsunami em todo o litoral e uma onda de quase 15 metros de altura arrasou as instalações da central nuclear, afetando os sistemas de resfriamento dos reatores e geradores de emergência situados no subsolo.

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“Pensamos que em 11 de março, a central era vulnerável aos terremotos e tsunamis”, destaca a comissão no documento. A operadora da central, Tepco, sempre afirmou que o acidente havia sido consequência de um tsunami de dimensões imprevisíveis. “Isto se assemelha a uma desculpa para evitar responsabilidades”, responde no relatório, que também ressalta que a “Tepco e as autoridades de regulamentação estavam a par dos riscos de tsunami e de terremoto”.

“Apesar das várias oportunidades para adotar medidas, as agências de regulação e a direção da Tepco deliberadamente não fizeram nada, adiaram as decisões ou tomaram as medidas que lhes eram convenientes. Nenhuma medida de segurança foi adotada no momento do acidente”, afirmam os integrantes da comissão – dez membros da sociedade civil (sismólogos, advogados, médicos, jornalistas e acadêmicos) designados pelos parlamentares.

Liderado pelo professor Kyoshi Kurokawa, o grupo interrogou os principais personagens envolvidos com o acidente e iniciou as investigações em dezembro de 2011. O primeiro-ministro na época da tragédia, Naoto Kan, admitiu em uma audiência da comissão, em maio, a responsabilidade do estado na catástrofe, mas defendeu a administração geral da crise, apesar de alguns erros.

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(Com agência France-Presse)

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