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A um ano do Brexit, britânicos continuam polarizados sobre o tema

Saída da União Europeia ainda não possui termos definidos e causa insegurança ao Reino Unido e seus cidadãos

Por Da redação
Atualizado em 29 mar 2018, 07h59 - Publicado em 29 mar 2018, 07h59

Debruçado sobre o balcão de sua barraca de frutos do mar na cidade litorânea inglesa de Great Yarmouth, Darran Nichols-George diz que aqueles que ainda se queixam da votação realizada no Reino Unido sobre a separação da União Europeia (UE), conhecida como Brexit, deveriam parar de reclamar.

 

“No final das contas vivemos em uma democracia, e portanto eles tiveram a votação”, disse o peixeiro de 51 anos. “Votamos pela saída, então vamos sair”.

Ele foi um dos 17,4 milhões de britânicos que escolheram a desfiliação da UE em um referendo realizado em junho de 2016, dando a vitória à campanha do Brexit ao superarem os 16,1 milhões de compatriotas que votaram a favor da permanência no bloco.

Desde então o Brexit tem sido uma constante nas manchetes — das conversas difíceis com a UE e dos vazamentos de previsões governamentais sobre uma piora da economia e da qualidade de vida no Reino Unido aos peixes lançados no rio Tâmisa por pescadores revoltados com as cotas europeias.

Faltando exatamente um ano –salvo reviravoltas– para a separação, marcada para a meia-noite entre 29 e 30 de março de 2019 no horário de Bruxelas, alegações de que a campanha pela saída da UE violou a lei ressuscitaram lembranças da batalha amarga do referendo.

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Apesar de o tema dominar as discussões do Parlamento e as páginas dos jornais, as opiniões dos eleitores continuam polarizadas como nunca.

“Agora as pessoas pensam em si mesmas, como as que vão e as que ficam, e veem os acontecimentos desta perspectiva”, disse Sara Hobolt, professora de política da London School of Economics. Ela estima que entre 80% e 90% dos britânicos não mudaram de ideia desde 2016.

Algumas figuras destacadas, como o ex-primeiro-ministro Tony Blair, exigiram um segundo referendo sobre os termos do acordo final a ser fechado com a UE para que as pessoas possam opinar devidamente cientes do possível desfecho, mas pesquisas indicam que não existe um apoio majoritário para uma nova consulta.

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Ainda que houvesse outro plebiscito, as pesquisas mostram que os britânicos continuam profundamente divididos e que a maioria provavelmente votaria da mesma maneira.

Na cidade abastada de Norwich, que abriga uma universidade e se encontra a meros 34 quilômetros de Great Yarmouth, o sentimento a respeito da Europa é radicalmente diferente, mas a intransigência é a mesma.

“Eu odeio [o Brexit], realmente odeio”, disse Gaye Sorah, de 59 anos, à beira das lágrimas, ao pensar na saída iminente de seu país da UE. “Só mais um ano, é um desastre. Gostaria que pudéssemos voltar no tempo”.

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(Com Reuters)

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