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À sombra de Trump, líderes mundiais vão à Ucrânia para marcar os três anos de guerra

Presidente Volodymyr Zelensky elogia 'três anos de resistência' em meio a incertezas, enquanto Washington e Moscou negociam fim do conflito sem Kiev

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 fev 2025, 09h16

Uma dúzia de líderes da Europa e do Canadá visitaram Kiev, a capital da Ucrânia, nesta segunda-feira, 24, para marcar o terceiro aniversário da guerra contra a Rússia. A notável demonstração de apoio ocorre em meio à crescente incerteza sobre o futuro do conflito, enquanto os Estados Unidos de Donald Trump negociam um possível acordo com a Rússia de Vladimir Putin, mas sem envolver o ucraniano Volodymyr Zelensky.

Alguns dos apoiadores mais importantes da Ucrânia, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, estavam entre os visitantes recebidos na estação de trem pelo ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, e pelo chefe de gabinete presidencial, Andrii Yermak.

Em uma postagem no X, ex-Twitter, von der Leyen escreveu que a Europa estava em Kiev “porque a Ucrânia está na Europa”.

“Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo. É o destino da Europa”, ela afirmou.

Autoridades ucranianas e europeias ficaram abaladas com a abordagem cordial de Trump com Putin, e sua troca de insultos com Zelensky. Nos últimos dias, o presidente americano chamou o ucraniano de “ditador”, sugeriu que a Ucrânia é a culpada pela guerra e encerrou os três anos de isolamento diplomático do líder russo ao abrir negociações com Moscou. Autoridades dos Estados Unidos também indicaram a Kiev a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e um retorno às fronteiras pré-invasão (a Rússia ocupa quase 20% do território do país) seriam “irrealistas”, essencialmente aderindo aos termos de Putin para o fim do conflito.

Protagonismo europeu

Os convidados, incluindo também o presidente do Conselho Europeu, o português Antonio Costa, bem como os primeiros-ministros dos países do norte da Europa e da Espanha, devem participar de eventos dedicados ao aniversário da guerra e discutir com Zelensky mais apoio à Ucrânia.

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O giro de 180 graus na política de Washington disparou alarmes no velho continente, onde os governos temem ser marginalizados pelos americanos nos esforços para chegar a um acordo de paz. Também estão pensando em como podem compensar possíveis cortes na ajuda militar e financeira dos Estados Unidos para a Ucrânia. s mudança também colocou pressão na histórica aliança transatlântica.

Costa anunciou no domingo que convocaria uma cúpula de emergência dos 27 líderes da União Europeia em Bruxelas em 6 de março, com a guerra no topo da agenda.

“Estamos vivendo um momento decisivo para a Ucrânia e a segurança europeia”, disse ele em uma postagem nas redes sociais.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, visitarão Washington após Kiev nesta semana.

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Nesta segunda-feira, os chanceleres da UE aprovaram uma nova série de sanções contra a Rússia. As medidas têm como alvo a chamada “frota sombra” de navios que Moscou usa para driblar restrições às exportações de petróleo e gás, ou para transportar grãos ucranianos roubados. O bloco europeu disse que 74 embarcações foram adicionadas à sua lista de frota sombra.

Congelamentos de ativos e proibições de viagens foram impostos a 83 funcionários e “entidades” — agências governamentais, bancos e empresas.

“Marco sombrio”

Trump, ansioso para transferir o fardo de apoiar a Ucrânia para a Europa, tenta cumprir sua promessa de campanha de acabar com a guerra o mais rápido possível. Mas a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, insistiu que os Estados Unidos não podem fechar nenhum acordo de paz para acabar com a guerra sem que a Ucrânia ou a Europa estejam envolvidas. Ela criticou as “posições pró-Rússia” assumidas pelo governo americano.

“Você pode discutir o que quiser com Putin. Mas se tratar da Europa ou da Ucrânia, então a Ucrânia e a Europa também têm que concordar com este acordo”, declarou ela a repórteres em Bruxelas, antes de embarcar na terça-feira para conversas com o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que o terceiro aniversário da guerra no Leste Europeu é “um marco sombrio”.

“Mais de 12.600 civis mortos, com muitos mais feridos. Comunidades inteiras reduzidas a escombros. Hospitais e escolas destruídos”, declarou ele em discurso em Genebra.

Autoridades ucranianas dizem que não confiam em Putin e suspeitam de seus motivos para iniciar negociações. No domingo, a Rússia lançou seu maior ataque de drones desde o início da guerra, atingindo a Ucrânia com 267 desses dispositivos.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse no sábado que os preparativos para uma reunião presencial entre Trump e Putin estão em andamento, e autoridades dos Estados Unidos afirmaram que concordaram em restabelecer os laços diplomáticos e reiniciar a cooperação econômica com Moscou.

E no domingo, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à agência de notícias estatal TASS que havia “bastante” contato entre os lados russo e americano.

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