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A reação dos palestinos à escala da destruição no retorno ao norte de Gaza

Mais de meio milhão de pessoas voltaram à região após trégua; ONU estima que nove em cada dez casas do enclave foram danificadas ou destruídas na guerra

Por Sara Salbert
Atualizado em 10 fev 2025, 11h00 - Publicado em 10 fev 2025, 11h00

Centenas de milhares de palestinos deslocados pela guerra entre Israel e Hamas começaram a voltar para suas casas no norte de Gaza há três semanas, após o acordo de cessar-fogo que interrompeu 15 meses seguidos de hostilidades no enclave. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirmou nesta segunda-feira, 10, que os habitantes ficaram “chocados” com a “escala completa de destruição” de suas casas e bairros.

A interrupção do conflito revelou de forma incontestável o quanto Gaza virou uma terra arrasada, com cidades inteiras reduzidas a ruínas durante os intensos bombardeios israelenses. De acordo com dados da ONU, nove em cada dez casas no território foram destruídas ou danificadas.

“Eles esperavam que suas casas, seus bairros, suas comunidades talvez tivessem sido poupadas. E quando eles voltam aqui e percebem que não é o caso, a esperança que eles estavam mantendo por 15 meses desaba”, disse Tess Ingram, da Unicef.

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Além de repleta de escombros, a Cidade de Gaza, no norte do enclave, continua sem água encanada, energia, serviços públicos e assistência médica. Face à enorme devastação, os moradores da região estão pedindo ação do poder público e de atores internacionais sobre a crise de saneamento na maior cidade do enclave.

A situação é agravada pelos montes de lixo tóxico que se espalham pelas áreas centrais da cidade, aumentando a propagação de doenças, segundo a emissora árabe Al Jazeera.

Mais de meio milhão de palestinos retornaram ao norte de Gaza desde que Israel reabriu parcialmente o Corredor Netzarim, que corta da Faixa de Gaza de norte a sul, no final de janeiro.

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Terra arrasada

Cerca de 700 mil moradores do norte de Gaza fugiram para áreas do sul no início da guerra, em outubro de 2023, quando o exército israelense emitiu ordens massivas de retirada. Desde então, bombardeios israelenses arrasaram quase por completo o enclave palestino. Estimativas das Nações Unidas apontam que 69% das estruturas em Gaza foram danificadas ou destruídas, incluindo mais de 245 mil residências.

O Banco Mundial calculou que os prejuízos ultrapassam os 18,5 bilhões de dólares (cerca de 111 bilhões de reais) — quase a produção econômica da Cisjordânia e de Gaza juntas em 2022 — apenas nos primeiros quatro meses da guerra.

De acordo com avaliações das Nações Unidas, serão necessários dezenas de anos para reconstruir as casas destruídas em Gaza. Só a remoção das mais de 50 milhões de toneladas de escombros pode levar 14 anos e custar 1,2 bilhões de dólares (cerca de 7,2 bilhões de reais). O processo é agravado ainda pela presença de munições não detonadas e outros materiais nocivos sob os destroços, além de restos mortais das vítimas das bombas.

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