A peregrinação pelos lixos dos restaurantes na Venezuela
Reportagem de VEJA mostra como o ditador Maduro se aproveita da fome para controlar a população
A passagem do caminhão de lixo por restaurantes e padarias de Caracas atrai, com frequência, grupos de venezuelanos interessados no que os estabelecimentos vão jogar fora.
Meses de desabastecimento crônico de alimentos e a elevada inflação na Venezuela tornaram uma simples ida ao supermercado uma atividade impossível para boa parte das famílias.
Na noite da quarta-feira 9, seis jovens esperavam por um dos caminhões de lixo em frente a uma padaria em Chacao, bairro de Caracas.
Assim que o veículo chegou, funcionários da padaria destrancaram o local onde o lixo fica guardado e entregaram aos lixeiros algumas sacolas. Os seis jovens, entre eles adolescentes, pegaram parte das bolsas de comida e se sentaram na calçada, a poucos metros dali.
Comeram restos de frango misturados a tortas doce, como se a refeição na calçada fosse um banquete.
Uma das respostas da ditadura de Nicolás Maduro à grave crise alimentar é a venda, a preço subsidiado, das bolsas Clap (Comitê Local de Abastecimento e Produção), uma caixa que traz a foto de Maduro e a de seu antecessor, Hugo Chávez, e um punhado de alimentos básicos, como arroz, feijão preto e farinha de milho.
As cestas Clap, no entanto, servem como controle político do regime Maduro, como mostra reportagem de VEJA desta semana. Quem não vota com o governo ou se manifestar contra Maduro acaba ameaçado de perder o acesso à caixa de comida.
“Os Clap são uma forma de controle dos venezuelanos através da fome, sobretudo quando pensamos que um em cada dez venezuelanos busca comida no lixo”, diz o deputado da oposição Carlos Paparoni.
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