A história por trás do conclave que elegeu o papa Francisco
Eleição do pontífice foi resultado de votações breves e surpreendeu muitos

Em 13 de março de 2013, o mundo assistiu ao anúncio de um novo papa: o argentino Jorge Mario Bergoglio, que assumiu o nome de Francisco, em uma homenagem a São Francisco de Assis. Sua eleição foi resultado de um Conclave breve, com apenas cinco votações em pouco mais de 24 horas, e considerada uma surpresa para muitos.
O cardeal Francis George, de Chicago, disse na época que o nome de Bergoglio não havia surgido como uma opção na semana de discussões a portas fechadas entre os cardeais antes do conclave. Ele tinha 76 anos, e muitos cardeais disseram que não votariam em alguém com mais de 70 anos.
Além disso, a saúde de Bergoglio foi um tema que circulou entre os cardeais. Quando questionado se ele realmente não tinha um dos pulmões, o pontífice esclareceu que havia sido operado na juventude para remover apenas parte do órgão, mas que isso nunca afetou sua capacidade de trabalho. Foi a pergunta sobre sua condição física que o fez perceber que seu nome estava ganhando força e que poderia, de fato, ser escolhido para liderar a Igreja Católica.
A disputa estava polarizada entre dois grupos: os que defendiam reformas na administração do Vaticano, conhecida como Cúria Romana, desejando um papa de fora da Europa; e os que buscavam manter o poder eclesiástico mais próximo do Vaticano.
Enquanto o grupo que defendia as reformas buscava um candidato preferencialmente da América Latina, mas não tinha um nome definido, o bloco romano se inclinava para a escolha do brasileiro Odilo Scherer, filho de imigrantes alemães e visto como um candidato com forte conexão com a Cúria e a tradição europeia.
A votação
Na noite de 12 de março, 115 cardeais se reuniram na Capela Sistina para escolher o sucessor de Bento XVI, que renunciou ao pontificado. Apesar de não ser apontado como o favorito, o nome de Bergoglio apareceu com uma quantidade expressiva de votos logo na primeira rodada de votação, enquanto o brasileiro Scherer não se saiu bem.
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“O cardeal Bergoglio não teria se tornado papa na quinta votação se não tivesse sido um candidato realmente forte ao papado desde o início”, disse o cardeal austríaco Christoph Schoenborn.
Depois da segunda votação, o consenso em torno do nome de Bergoglio cresceu. Na quinta votação, o pontífice ultrapassou os 77 votos necessários e foi eleito com uma maioria sólida. A fumaça branca subiu e, em seguida, ele apareceu no balcão da Basílica de São Pedro, iniciando uma nova era no comando da Igreja Católica.
Com a morte de Francisco nesta segunda-feira, 21, a expectativa é que um conclave para escolha de seu sucessor comece dentro de 15 a 20 dias. Em uma votação secreta, o Colégio dos Cardeais se reunirá no Vaticano para escolher o novo líder da Igreja Católica.