27 menores resgatados no Mediterrâneo desembarcam na Itália
Eles estavam há dezesseis dias a bordo do navio de uma ONG humanitária espanhola, a Open Arms. Mais de 100 migrantes permanecem na embarcação
Os 27 menores de idade que estavam entre os 134 migrantes resgatados no Mediterrâneo há duas semanas finalmente chegaram ao porto de Lampedusa, no sul da Itália. O desembarque das crianças e jovens desacompanhados foi feito por duas lanchas do governo italiano, após as mais de duas semanas de espera a bordo do navio Open Arms (Braços Abertos, em português), uma ONG humanitária espanhola.
O ministro do Interior, Matteo Salvini, responsável por permitir os desembarques em portos italianos, acatou, de má vontade, a solicitação do primeiro-ministro, Giuseppe Conte, e determinou a entrada dos menores desacompanhados no país. “Como outro exemplo de parceria leal, tomarei medidas para que não haja obstáculos à execução desta ordem”, declarou Salvini, ao ressaltar que a sua posição a respeito do assunto não mudou. Ele ainda criticou a Espanha, dizendo que “enquanto Madri não movimenta um músculo, as pressões se multiplicam sobre a Itália”.
Após receber a autorização para o desembarque neste sábado, a ONG espanhola Open Arms pediu mais tempo para poder comunicar as notícias ao demais migrantes a bordo, “a fim de garantir o equilíbrio e a serenidade de todas as pessoas”, em meio à tensão cada vez maior no navio.
O navio Open Arms está ancorado próximo ao litoral da ilha de Lampedusa, no sul da Itália, há dois dias. O fundador da organização espanhola, Oscar Camps, pediu neste sábado para que a Itália permita o desembarque dos demais migrantes, já que a ONG não pode mais garantir a segurança a bordo e teme um motim. Segundo ele, tanto os resgatados como a tripulação estão “sequestrados”.
Camps também apelou ao presidente do governo espanhol interino, Pedro Sánchez, para que “proteja os direitos dos cidadãos espanhóis que estão encarregadas da segurança das pessoas em uma embarcação com bandeira espanhola que está sequestrado em águas italianas”.