Quem são os atletas que levarão a bandeira do Brasil na abertura da Olimpíada
O COB designou Isaquias Queiroz, da canoagem, e Raquel Kochhann, do rúgbi de sete, atletas que atravessaram problemas de saúde para vencer no esporte
É segredo de Estado, ainda, como as delegações serão distribuídas ao longo dos barcos no Sena, na abertura da Olimpíada de Paris, na sexta-feira, 26. Tampouco sabe-se em que posição estarão os porta-bandeiras. Mas, enfim, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) divulgou a dupla brasileira designada a representar o país na cerimônia. Os nomes: Isaquias Queiroz, único brasileiro até hoje a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos, e Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rúgbi de sete.
Ambos tem uma histórico de saúde complicado, de recuperação. O baiano Isaquias quase morreu ainda criança e tem apenas um dos rins, mas foi em frente e fez das canoas dos pescadores de Ubaitaba instrumento para ganhar quatro medalhas olímpicas e popularizar a canoagem velocidade: duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 200m) na Rio 2016 e um ouro em Tóquio 2020 no C1 1000m. Defenderá o título na prova e ainda competirá no C2 500m.“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora”, diz ele.
Raquel Kochhann, nascida na pequena Saudades, no interior de Santa Catarina, chegou à seleção feminina de rúgbi de sete e liderou as Yaras, como são conhecidas as jogadoras da equipe, desde que a modalidade entrou para o programa, na Rio 2016. Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio 2020, descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama. Encarou mastectomia, quimio e radioterapia. Em dezembro de 2023 foi novamente convocada para a seleção, e agora celebra a volta ao palco olímpico carregando o pavilhão de uma delegação majoritariamente feminina, com 153 mulheres dentre os 276 classificados. “Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir.”