Prisão da cúpula da natação evidencia descaso com verba pública
Operação que escancarou a corrupção nos desportos aquáticos é um triste exemplo do que pode acontecer com as verbas federais destinadas às Confederações
A prisão dos principais dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) na última quinta-feira, entre eles homem que comandou a entidade nos últimos 28 anos, Coaracy Nunes, foi a ação mais visível da da Operação Águas Claras, deflagrada em conjunto pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Acusados de montarem uma “organização criminosa voltada para o desvio de recursos públicos”, o grupo pode ter desviado nos últimos anos cerca de 40 milhões de reais oriundos de convênios com o Ministério do Esporte, de projetos custeados pela Lei de Incentivo ao Esporte e de patrocínios de empresas públicas.
Além de prejudicarem a carreira de centenas de esportistas das cinco modalidades geridas pela CBDA (natação, pólo aquático, maratona aquática, saltos ornamentais e nado sincronizado), os cartolas mostram outro lado comum a diversas entidades: o mau uso de dinheiro público e a falta de critérios claros de gestão e governança dentro do esporte brasileiro. Mesmo em casos em que não existe crime, a falta de planejamento faz boa parte do dinheiro não chegar a mão daqueles que mais precisam: os atletas.
VEJA ouviu atletas, dirigentes e autoridades dos orgãos de fiscalização para traçar um panorama realista do esporte brasileiro oito meses depois do encerramento da Olimpíada do Rio de Janeiro. O cenário, infelizmente, não dos mais otimistas. Para a próxima edição dos Jogos, daqui a quatro anos, em Tóquio, existe grande possibilidade, para não dizer a certeza, de que não se repitam os resultados obtidos como país-sede.
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