Pega no doping, recordista mundial de maratona Ruth Chepngetich é suspensa por três anos
Amostra da atleta queniana testou positivo para hidroclorotiazida, diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping
A maratonista Ruth Chepngetich, dona do recorde mundial na modalidade (2:09:56) alcançado em outubro de 2024, foi suspensa por três anos por doping. Uma amostra coletada da queniana testou positivo para hidroclorotiazida (HCTZ), substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA).
Foi encontrada uma concentração de 3800ng/mL de HCTZ na amostra de Chepngetich de 14 de março deste ano, enquanto o limite aceitável pela WADA é de 20ng/ml.
A hidroclorotiazida é um diurético que impacta a regulação de excreção de água e sais do corpo. Segundo a WADA, é utilizada nos esportes “para eliminar substâncias proibidas previamente tomadas através da diurese forçada e, em esportes que envolvem categorias de peso, para alcançar a perda de peso aguda”. Ela também camufla a presença de outras substâncias proibidas na urina.
O presidente da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), David Howman, observou que este caso sublinha que “ninguém está acima das regras”.
Mudança de versões
A atleta foi entrevistada pela AIU em 16 de abril, mas foi incapaz de explicar o teste positivo. Chepngetich, então, virou alvo de investigação do órgão que encontrou evidências no seu celular de que a contaminação pela substância proibida teria sido intencional. Confrontada com as novas informações, ela seguiu sem explicar o resultado.
Em 31 de julho, Chepngetich mudou sua versão. Segundo comunicado da AIU, a maratonista disse ter adoecido dois dias antes do teste e tomou o remédio da sua empregada doméstica sem verificar se continha as substâncias proibidas. Ela teria esquecido de citar o ocorrido aos investigadores quando questionada e mandou uma foto da embalagem do remédio que “claramente”, de acordo com a AIU, estava marcada como hidroclorotiazida.
A princípio, a maratonista seria suspensa por quatro anos do esporte conforme foi avisada em 22 de agosto deste ano, mas por ter aceitado as acusações dentro de 20 dias teve a pena reduzida em um ano.
A contagem da punição começou em 19 de abril, quando Chepngetich aceitou uma suspensão provisória voluntária, portanto, a atleta está banida do esporte até 19 de abril de 2028. Seus resultados antes da coleta da amostra serão mantidos.
“O caso referente ao teste positivo para HCTZ foi resolvido, mas a AIU (Unidade de Integridade do Atletismo) continuará a investigar o material suspeito recuperado do telefone de Chepngetich para determinar se ocorreram outras violações. Enquanto isso, todas as conquistas e recordes de Chepngetich anteriores à amostra de 14 de março de 2025 permanecem válidos”, disse o Chefe da AIU, Brett Clothier.
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