Os novos heróis do Hall da Fama olímpico brasileiro
O COB designou oito personagens históricos da travessia esportiva do país. Saiba quem são eles
O Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ganhou na quinta-feira, 18, oito novos heróis do esporte brasileiro – a turma de 2022, que se soma a outros 25 nomes já consagrados. Tradição nos Estados Unidos, a indicação para o panteão é um modo digno de celebrar a história de personagens de relevância em um país desmemoriado. Eis os novos destaques: Manoel dos Santos (natação), Marcelo Ferreira (vela), Melânia Luz (homenagem póstuma – atletismo), Renan Dal Zotto (vôlei), Ricardo Prado (natação), Walter Carmona (judô) e Yane Marques (pentatlo moderno). Todos eles gravaram as suas mãos em uma placa. Além deles, Zagallo, do futebol, eleito em 2020, recebeu uma homenagem em vídeo, que registrou o momento da imortalização dos pés do tetracampeão mundial no Hall da Fama do COB este ano.
“É importante ressaltarmos as referências do esporte que fizeram história no movimento olímpico brasileiro”, disse Paulo Wanderley, Presidente do Comitê Olímpico do Brasil. “O Hall da Fama do COB foi criado para perpetuar a memória dos nossos atletas que fizeram história no cenário esportivo nacional e internacional”, ecoou Rogério Sampaio, diretor-geral do COB, campeão olímpico de judô e membro do Hall da Fama da entidade.
A seguir, uma pequena biografia dos homenageados:
Manoel dos Santos
O nadador estreou em Jogos Pan-americanos aos 16 anos na Cidade do México, em 1955. Na única edição de Jogos Olímpicos que disputou, em Roma, no ano de 1960, Manoel conquistou a medalha de bronze nos 100m livre em uma disputa emocionante, na qual chegou a liderar a prova. Um ano depois, no Rio de Janeiro, Manoel dos Santos quebrou o então recorde mundial dos 100m livre ao cravar o tempo de 53s60, marca que durou três anos.
Marcelo Ferreira
Começou a velejar na adolescência, no Iate Clube Brasileiro, em Niterói (RJ). Em 1988, iniciou uma parceria vitoriosa com Torben Grael na classe Star. Juntos, eles disputaram quatro edições dos Jogos Olímpicos, sendo a primeira em Barcelona 1992. Nas três seguintes a dupla conquistou dois ouros e um bronze. Após Atenas 2004, Marcelo se dedicou à vela oceânica e ao trabalho como empresário.
Melânia Luz
Foi a primeira mulher negra a defender o Brasil nos Jogos Olímpicos. Competiu nos 200m e no revezamento 4x100m em Londres 1948 e chegou às semifinais em ambas as provas do atletismo. Na disputa por equipes, o quarteto feminino brasileiro cravou 49s, marca que viria a ser homologada como novo recorde sul-americano. Em Jogos Sul-americanos, Melânia conquistou duas pratas e um bronze nas edições de Santiago 1947 e Lima 1949.
Renan Dal Zotto
Foi um dos pilares da equipe que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984. O ponteiro disputou também as edições de Moscou 1980 e Seul 1988. Foi vice-campeão mundial em Buenos Aires 1982 e tem três medalhas em Jogos Pan-americanos (ouro em Caracas 1983, prata em San Juan 1979 e bronze em Indianápolis 1987). Em 2015, foi incluído no Hall da Fama da modalidade. Como técnico da seleção brasileira masculina tem como principais feitos a prata no Campeonato Mundial de 2018 e os títulos da Copa do Mundo de 2019, da Copa dos Campeões e da Liga Mundial de 2017.
Ricardo Prado
Aos 12 anos, já integrava a seleção brasileira de base e aos 14 participou de sua primeira competição na adulta: os Jogos Pan-americanos San Juan 1979. Aos 15, estreou em Jogos Olímpicos em Moscou 1980. Dois anos mais tarde, Pradinho, como era chamado, quebrou o recorde mundial dos 400m medley. Sua trajetória como atleta foi coroada em Los Angeles 1984, quando conquistou a medalha de prata olímpica.
Walter Carmona
Começou a carreira no judô aos seis anos de idade. Pela seleção brasileira, além de ter sido campeão pan-americano e sul-americano, Walter foi medalha de bronze no Mundial de Judô de Paris 1979 e logo em seguida participou dos Jogos Olímpicos Moscou 1980. Quatro anos mais tarde, em Los Angeles 1984, conquistou a medalha de bronze na categoria até 86kg. Nos Jogos Olímpicos Seul 1988, o judoca teve a honra de ser o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura.
Yane Marques
Natural de Afogados da Ingazeira, sertão de Pernambuco. Começou a carreira na natação, no Recife, e migrou para o Pentatlo Moderno em 2003, aos 19 anos. Pouco tempo depois sagrou-se campeã pan-americana nos Jogos do Rio 2007. Yane participou dos Jogos Olímpicos Pequim 2008 e, na sequência, conquistou a única medalha olímpica das Américas no Pentatlo Moderno: o bronze nos Jogos Olímpicos Londres 2012. Ela ainda tem no currículo uma prata no Mundial de Kaohsiung 2013 e um bronze no Mundial de Berlim 2015, além de ter sido a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Zagallo
Mario Jorge Lobo Zagallo é o único tetracampeão mundial de futebol no mundo. Como jogador esteve nas duas primeiras conquistas do Brasil, na Suécia, em 1958, e no Chile, em 1962. Foi o técnico do tricampeonato no México, em 1970, e coordenador técnico da Seleção no tetra, nos Estados Unidos, em 1994. Também foi o técnico brasileiro na conquista do bronze olímpico em Atlanta 1996.