Morumbi lotado e ‘frango’ de Rogério Ceni na reestreia
São Paulo ganha por 5 a 2 da Ponte Preta na volta do técnico-ídolo ao Morumbi
Ninguém defendeu o São Paulo mais vezes no estádio do Morumbi do que Rogério Ceni. Foram 594 partidas à frente da meta tricolor. Neste domingo, depois de pouco mais de um ano de sua aposentadoria, o ídolo voltou ao Cícero Pompeu de Toledo para fazer sua estreia na casa são-paulina como técnico. E a goleada por 5 a 2 em cima da Ponte Preta neste domingo para pouco mais de 50 mil torcedores marcou mais um dia especial na vida de Rogério Ceni e daqueles que estiveram nas arquibancadas. Após o jogo, durante a entrevista coletiva, o ex-goleiro não deixou de falar sobre a sua sensação.
“Eu fico muito feliz cada vez que eu volto aqui porque aqui eu nasci para o futebol, morei aqui, vim com 17 anos, passei por todas as dificuldades, que ao mesmo tempo foram momento que me ajudaram a ter maturidade na carreira. Dou muito valor a esse lugar. Quando vejo o Morumbi com 50 mil pessoas eu conto para eles (jogadores) que o profissional que sobe e encontra 50 mil lá em cima, se torna um profissional diferente. Um cara que faz isso 100, 200 vezes, mostra que você é alguém diferente”, disse.
“E aquele torcedor lá em cima nada mais é do que a extensão de nós, deles dentro do campo. Que eles lutem até o último minuto, porque o sonho da maioria daqueles 50 mil era ser um dos onze que estão no campo. É algo que muda o início da semana de trabalho, temos que levar isso em consideração. Tenho certeza que a semana do são-paulino começa alegre, diferente, graças aos jogadores que fizeram o seu melhor”, completou o comandante.
O nome de Rogério Ceni já havia sido o mais aclamado pelos torcedores assim que o locutor do estádio anunciou o nome do treinador. Mas, a maior reação veio assim que o ídolo pisou no gramado. A curiosidade é que a música para saudar Ceni foi a mesma que tantas vezes foi cantada antes de sua aposentadoria: “.é o melhor goleiro do Brasil”.
“Como goleiro, se eles me vissem jogando hoje eles ficariam decepcionados. Não sei nem mais como é ser goleiro, já faz mais de ano”, brincou, aos risos. “Mas fico muito contente pelo reconhecimento, pelo carinho do torcedor comigo. Sempre foi o mesmo que eu tive por eles também em toda minha carreia, como atleta”.
Frango – O dia só não pôde ser considerado perfeito porque durante a partida, Rogério Ceni deixou uma bola passar entre suas mãos ao tentar acelerar a reposição em um lateral. A imagem não passou despercebida e viralizou na internet. Sem ter muito o que fazer, Ceni, rindo à toa depois da goleada, brincou com a cena.
“Sem luva dá muita diferença. Que bola lisa. Campo molhado. Vocês vão passar essa imagem, eu imaginei”, disse, bem-humorado. “Pior que no treino já me aconteceu umas três vezes, mas sem a luva dá muita diferença. Você pega a bola querendo jogar rápido e já procura alguém. No jogo você vai olhando para a bola. Mas, para um treinador está ótimo”, concluiu o técnico, deixando claro que nada poderia atrapalhar um dia de trabalho inesquecível.
(Com Gazeta Press)