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Goiás implementa reconhecimento facial para 100% do público no estádio

Presidente Paulo Rogério Pinheiro explica circuito de segurança que também contará com ingresso nominal e intransferível

Por Diego Alejandro
Atualizado em 11 nov 2022, 17h01 - Publicado em 11 nov 2022, 16h58

As catracas do Estádio Hailé Pinheiro, também conhecido como “Serrinha” e de propriedade do Goiás Esporte Clube, agora só permitirão a entrada do torcedor com o reconhecimento facial e ingresso nominal, intransferível e com a foto do comprador. Todos, obrigatoriamente, precisam estar registrados no banco de dados do clube, seja o público ‘da casa’, cortesia, funcionário ou visitante.

A nova regra já foi utilizada nas últimas duas partidas da equipe na Série A do Campeonato Brasileiro, contra o Corinthians e o Juventude, tornando o Goiás, o primeiro clube de futebol brasileiro a implementar tal tecnologia. “Apesar de ser uma ação para o futuro, ela se iniciou há dois anos atrás”, explica o presidente do clube, Paulo Rogério Pinheiro, que atua como empresário no ramo de transporte público, em Goiânia, e também possuí uma empresa de software de segurança. “Estávamos cansados de perder ponto e levar multa do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, então, em 2020, iniciamos testes locais. Com a volta do público em 2021, implementamos a lista negra de torcedores banidos do estádio. No fatídico jogo contra o Corinthians, resolvemos adotar de vez”.

Ele chama o episódio de “fatídico” por conta de um conflito que ocorreu em São Paulo, em junho, no primeiro turno do campeonato, quando houve muita tensão e gritos violentos entre as duas torcidas durante os 90 minutos do jogo. Pinheiro entende que o sistema de reconhecimento é para justamente impedir que essas situações aconteçam e pede união: “Não adianta apenas quatro clubes implementarem. O banco de dados deve ser único da Confederação Brasileira de Futebol. Ou seja, se um torcedor do Goiás vai para São Paulo arrumar briga e é preso, ele sabe que não entra em mais nenhum estádio no Brasil”.

Além de segurança, a tecnologia traz retorno financeiro. “Diversos clubes procuram o Goiás, alguns com propostas de aplicar nosso sistema em seus estádios. E resolve a questão do cambismo, em que muitos se passavam por sócio-torcedores falsos para revender depois”, diz Pinheiro, que também pretende expandir a verificação de face para shows e eventos no Centro-Oeste.

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O estádio conta também com vigilância por câmeras de superzoom em seu interior, capazes de identificar qualquer torcedor presente no local. Assim, qualquer atitude indevida nas arquibancadas pode ser gravada e armazenada para reconhecimento e identificação do infrator, que poderá ser punido e até mesmo impedido de entrar em outros jogos do time.

Entretanto, não significa que não terão custos. “Super câmeras, capazes de detectar uma espinha no rosto no raio de um quilometro” e lentes instaladas em capacetes utilizados pelos seguranças particulares também fazem parte do sistema de segurança do Serrinha, que custaram cerca de 4 milhões ao clube, de acordo com a diretoria, além de 25 mil por cada catraca com o novo mecanismo.

Athletico, Internacional e Grêmio já disponibilizam o reconhecimento facial ou por biometria digital para segmentos de torcida, a fim de ter um melhor controle no acesso ao estádio, mas nenhum ainda implantou, para 100% do público presente como o Goiás, tampouco o ingresso nominal, intransferível e com cadastro validado por reconhecimento facial. O Palmeiras, atual campeão brasileiro, contudo, estuda a adoção dessa tecnologia para o Allianz Parque, a partir de 2023.

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