F-1: os bastidores do camarote mais nobre de Interlagos
Dentro do espaço reservado para o 1% mais seleto do GP do Brasil de Fórmula 1, não faltaram bebida e mimos para os convidados
Entre os mais de 140 000 espectadores que passaram pelo autódromo de Interlagos no fim de semana de Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, existe, claro, seu 1% mais rico. Entre as três áreas do circuito que recebem o ‘selo’ VIP, o Premium Paddock Club é o espaço mais exclusivo. Situado bem acima dos boxes, tem capacidade total para 1 400 convidados, selecionados a dedo pelos patrocinadores do evento.
O ingresso para assistir aos três dias de queima de pneu e gasolina custaria ao bolso do brasileiro comum 15 400 reais, mas poucos ali desembolsaram qualquer quantia. São as empresas que colocam sua logomarca dentro dos camarotes envidraçados que pagam pelo buffet de primeira linha (arroz de pato e cordeiro desfiado eram os destaques do menu), bebida farta (uísque 12 anos, prosecco e chope na pressão) e outros mimos como uma barbearia, simuladores de corrida e maquiadores. Um dos expositores contou que um espaço na área não sai por menos de 200.000 reais. VEJA acompanhou a corrida de dentro do camarote e conta como é lá dentro.
Escolta VIP
A apresentadora Luciana Gimenez levou o filho Lucas, fruto de seu breve romance com o rolling stone Mick Jagger, para acompanhá-la no GP. Ambos foram ciceroneados o tempo todo por Fabiana Flosi, mulher de Bernie Ecclestone, o ex-manda-chuva da Fórmula 1, e dona de um dos camarotes de Interlagos com a sua marca de café. Suas credenciais especiais deram acesso, inclusive, ao grid de largada (e Luciana vez questão de fazer várias selfies e uma pequena transmissão ao vivo direto do asfalto – algo vetado aos jornalistas dos veículos não detentores dos direitos de transmissão).
“Doria presidente!”
Como é praxe na corrida do Brasil, o prefeito de São Paulo participa da cerimônia de premiação dos pilotos entregando um dos troféus ao melhores colocados. Antes de cumprir o protocolo, João Doria (PSDB) se reuniu com o americano Chase Carey, o novo presidente da Formula One Management, e com o próprio Bernie Ecclestone, seu antecessor, reforçando o compromisso de privatizar o autódromo ainda no ano que vem. Doria, aliás, estava em alta entre os convidados dos camarotes e foi elogiado pelo piloto Rubens Barrichello. Ao encerrar um breve pronunciamento, um torcedor do Premium Paddock Club identificou o prefeito em meio à multidão e soltou o brado: “Doria presidente!”
“Cadê a Marina?”
O camarote abria as portas para o público às 10h. Já pela metade do GP, a lotação do espaço já não era completa. Algumas das celebridades contratadas pelas marcas já haviam deixado Interlagos – entre eles a atriz Marina Ruy Barbosa e Anitta, que cantou o hino nacional antes do início da prova. Quando o ator Bruno Gagliasso se preparava para deixar o espaço, foi parado por alguns dos outros convidados para fotos. Um dos fãs perguntou, sorridente: “Cadê a Marina? Eu quero saber dela…”
Fã de carteirinha
Outro que estava a trabalho, o apresentador Marcelo Tas estava genuinamente interessado na corrida. Tanto que acompanhou de pé as últimas voltas do GP quando muitos tentavam garantir uma última taça de prosecco. Apesar dos dias de Ernesto Varela terem se encerrado, Tas esbanja familiaridade com o automobilismo. “Em 1974, quando ainda era garoto e morava em Ituverava, vinha a Interlagos e ficava acampado aqui perto.” O ex-líder do CQC também revelou que este ano esteve no principado de Mônaco, acompanhando a corrida mais charmosa da temporada, e mostrou em seu celular o seu maior trunfo obtido naquela tarde. “Olha quem se tornou meu grande amigo”, apontando para sua selfie com o francês tetracampeão Alain Prost.