Copa do Mundo 2026: até onde Neymar pode pesar nas chances do Brasil
O craque estará em condições para competir? Lesões recentes, retorno ao Santos, expectativas e críticas, o cenário é de incerteza — e de possibilidades.
A situação atual de Neymar
O atacante sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e do menisco do joelho esquerdo em outubro de 2023, em um jogo do Brasil contra o Uruguai, pelas Eliminatórias. Isso o afastou quase um ano dos gramados.
Ele voltou a atuar pelo Santos em 2025 após deixar o Al-Hilal da Arábia Saudita, clube em que sua participação foi muito limitada, em parte devido a lesões.
Em entrevistas, Neymar admitiu que vem “se poupando” — escolhendo jogadas com risco menor — por temor de novas lesões. Ele reconhece que ainda não está em sua plenitude física.
Também é fato que seu retorno ao Santos não surtiu o efeito esperado, mas no coletivo do clube, desde a sua volta, o Santos melhorou pouco. Houve participações dele em gols e em assistências, embora não sem críticas em relação à regularidade nas finalizações.
Percepção pública e apoio interno
Pesquisa do Datafolha de junho de 2025 mostra que 48% dos brasileiros apoiam a convocação de Neymar para a Copa de 2026, enquanto 41% são contra. Há parcela indiferente ou sem opinião.
Figuras históricas do futebol nacional, como Cafu, reforçam que o Brasil entra como favorito ao Mundial de 2026, citando Neymar (na hipótese de recuperação plena) como uma peça de valor.
Fatores que jogam tanto a favor quanto contra
A favor:
- Experiência internacional: Neymar é um dos jogadores com mais jogos e gols pela Seleção. Em momentos em que o time precisa de liderança técnica, pode oferecer qualidade, criatividade e faro de gol.
- Recuperação e adaptação: se conseguir manter ritmo físico, precauções nas jogadas, e evolução sem recaídas, pode render de forma útil nos amistosos e nas fases decisivas.
- Apoio da torcida e comissão técnica: existe respaldo popular e momentos de paciência que favorecem sua inclusão, desde que os riscos médicos sejam geridos.
Contra:
- Fisiologia e lesão prévia: a gravidade da lesão no joelho, além de histórico recente de lesões musculares, impõe risco de recaída ou desempenho abaixo do ideal.
- Tempo de recuperação para estar “100%” competitivo: para jogar em alto nível num torneio como a Copa, é necessário não só estar apto, mas também estar em forma física, com ritmo de jogo e confiança. Isso demanda sequência de atuações.
- Concorrência interna: há jovens talentos em crescimento (Vinícius Jr., Endrick, etc.) que podem, com menos desgaste físico, garantir desempenho consistente.
Cenários prováveis
Conjecturas baseadas nos fatos:
- Cenário otimista: Neymar se recupera bem, evita novas lesões, participa de amistosos de preparação, retoma ritmo no Santos e consegue estar em plena forma para as fases de mata-mata no Mundial. Nesse caso, ele pode ser um diferencial, sobretudo em jogos que demandam criatividade ou em momentos de pressão.
- Cenário moderado: Joga de forma cuidada, com minutos limitados, com substituições estratégicas. Não é decisivo em toda a competição, mas útil em momentos-chave.
- Cenário pessimista: recaídas ou incapacidade de manter regularidade física limitam sua participação. Neymar pode até fazer parte do elenco, mas sem poder de influência tão grande quanto em anos anteriores.
Conclusão: quais as reais chances?
O Brasil seguirá como um dos candidatos ao título em 2026 — por tradição, elenco e força ofensiva — mesmo sem depender exclusivamente de Neymar. Mas a presença do craque, se bem administrada, pode aumentar as chances de sucesso.
Caso ele chegue em forma, será um diferencial técnico e psicológico. O risco está em depender demais dele, quando ele volta de problemas físicos de grande porte. Ganhará quem equilibrar: confiar no talento de Neymar, mas preservar o time coletivo, preparar alternativas e evitar sobrecarga.







