Carta ao Leitor: De olho no lance
Equipe de correspondentes de VEJA acompanha o Mundial do Catar em toda a sua amplitude e variedade
A Copa do Mundo do Catar, a primeira em um país do Oriente Médio, a primeira nos meses de novembro e dezembro, no inverno do deserto, brotou ruidosa — com denúncias de compra de votos dos cartolas da Fifa, ao ser escolhido como sede, em 2010 — e seguirá controversa até o dia da final, em 18 de dezembro. Realizá-la em um país regido por uma monarquia absolutista, que proíbe a homossexualidade e restringe a participação das mulheres no cotidiano, além das acusações de maus-tratos nos operários que construíram os estádios, era atalho para fazer do torneio um microcosmo do planeta. Não se trata, portanto, apenas de futebol. Todas as Copas, e esta em especial, representam um interessantíssimo caldo de cultura em torno das relações diplomáticas, das diferenças entre as sociedades, de paz e guerra — e, claro, do jeito de levar a bola até o gol, entre glórias e dramas.
Para acompanhar o Mundial do Catar, em toda a sua amplitude e variedade, de modo a iluminar temas como os protestos dos jogadores alemães que levaram a mão à boca na defesa da comunidade LGBTQIA+, o fascinante mapa globalizado de atletas que nasceram em um país mas jogam por outro, o humor das torcidas das nações islâmicas — e o futebol, é claro —, VEJA designou um quarteto de profissionais: o redator-chefe Fábio Altman; o editor-assistente Luiz Felipe Castro; e os repórteres fotográficos Alexandre Battibugli e Ricardo Corrêa. Juntos, na soma da participação in loco de cada um, já são 21 Copas no currículo. Os mais experientes lembram dos idos dos anos 1990, em que os rolos de filmes eram levados ao aeroporto para que um passageiro os trouxesse para o Brasil. Muitas vezes, as reportagens eram ditadas por telefone ou enviadas por fax, na pré-história da tecnologia, com textos batidos em máquinas de escrever.
O crescimento do evento (em 2026 ele saltará das atuais 32 seleções para 48) avançou de mãos dadas com a explosão da internet e das redes sociais. Agora, já não basta oferecer o jornalismo de excelência, como faz VEJA, na edição impressa — é preciso aparecer o tempo todo, 24 horas por dia, em todas as plataformas, no site da revista, no YouTube, no Facebook, no Instagram e no Twitter, com textos de análise, o registro imediato das jogadas, além de filmes e fotografia. Não por acaso, a equipe em Doha tem o apoio de um grupo de edição de vídeo no Brasil. Vale o aforismo do filósofo espanhol Ortega y Gasset: “O homem é o homem e sua circunstância”.
Em todas as circunstâncias, no papel e no smartphone, onde, quando e como você desejar, VEJA oferece a melhor cobertura do maior dos eventos — em tabelinha com a revista PLACAR, a mais longeva publicação brasileira de futebol. Nossos correspondentes estão de olho nos lances principais no Catar. Que venha o hexa!
Publicado em VEJA de 7 de dezembro de 2022, edição nº 2818