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Bicampeão olímpico critica Trump: ‘Ele me transformou num alien’

Presidente quer vetar entrada de cidadãos de sete nações de maioria muçulmana, como a Somália, país de origem do britânico Mo Farah, residente dos EUA

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h18 - Publicado em 29 jan 2017, 17h33

O veto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à entrada de cidadãos de sete países em território americano revoltou o corredor Mo Farah, bicampeão olímpico nas provas dos 5.000 metros e 10.000 metros pela Grã-Bretanha, que nasceu na Somália, uma das nações vetadas pelo governo americano.

Farah, que mora em Portland, no noroeste dos EUA, há seis anos, criticou em seu perfil no Facebook o decreto de Trump. “No dia 1º de janeiro deste ano, Sua Majestade, a Rainha, fez de mim um cavaleiro da realeza. No dia 27 de janeiro, o presidente Donald Trump parece ter feito de mim um alien. Eu sou um cidadão britânico que viveu nos Estados Unidos nos últimos seis anos – trabalhando duro, contribuindo para a sociedade, pagando meus impostos e trazendo meus filhos para um lugar que agora chamamos de lar… É profundamente perturbador que terei de contar para os meus filhos que seu pai pode não ter permissão para voltar para casa”.

Na última sexta-feira, Trump assinou um decreto em que veta a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana em território americano (Irã, Sudão, Síria, Somália, Líbia, Iêmen e Iraque). A justificativa: necessidade de proteger o país de “terroristas radicais islâmicos”, já que estes países enfrentam conflitos internos que, de acordo com Trump, permitem o avanço de grupos terroristas.

Apesar de ser cidadão britânico, Mo Farah é natural de Mogadíscio, na Somália. O atleta se mudou para o Reino Unido aos oito anos, fugindo de uma guerra civil.

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“Fui acolhido na Grã-Bretanha vindo da Somália aos oito anos de idade e tive a chance de ter sucesso e realizar meus sonhos. Eu tenho orgulho de representar o meu país, ganhar medalhas para o povo britânico e receber a maior honra de um cavaleiro. Minha história é um exemplo do que pode acontecer quando se segue uma política de compaixão e compreensão e não de ódio e isolamento”, concluiu o maratonista em seu perfil na rede social.

(Com Gazeta Press)

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