Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

A nova geração de carros de corrida elétricos que desponta na Fórmula E

A temporada 2024/2025 do campeonato mundial, que dará a largada em São Paulo nos dias 6 e 7 de dezembro, deve marcar o início de uma nova fase

Por Alessandro Giannini, de Madri
Atualizado em 26 nov 2024, 14h48 - Publicado em 17 nov 2024, 08h00

Quando começou, em 2014, a Fórmula E era vista como um sonho, uma quimera. Porque havia poucos carros elétricos nas ruas, o sentimento era de ceticismo em relação à nascente competição automobilística. Os primeiros monopostos eletrificados das pistas não apresentavam o ronco ensurdecedor característico da Fórmula 1 e tinham performance limitada, com aceleração de 0 a 100 quilômetros em pouco mais de 3 segundos, velocidade máxima de 225 quilômetros por hora e bateria com autonomia para apenas metade da corrida. Foi nesse contexto quase primitivo, de terreno a ser desbravado, que o brasileiro Nelson Piquet Jr., na época piloto da equipe chinesa Nextev, se tornou o primeiro campeão da categoria.

Muita coisa mudou desde então. E a temporada 2024/2025 do Campeonato Mundial de FE, que dará a largada em São Paulo nos dias 6 e 7 de dezembro, deve marcar o início de uma nova fase. Dez anos e uma epidemia depois, os carros de corrida elétricos evoluíram de forma impressionante. O Gen3 Evo, nova geração dos bólidos, acelera de 0 a 100 em 1,82 segundo, atinge máxima de 322 quilômetros por hora e tem uma combinação de bateria e trem de força (conjunto formado por embreagem, caixa de marchas, eixos de transmissão, diferencial e rodas motrizes) que permite autonomia suficiente para terminar as provas. “Agora, trata-se de acelerar nosso crescimento”, disse a VEJA o CEO da categoria, Jeff Dodds.

EXPERIÊNCIA - Di Grassi: categoria eletrificada está mais atraente hoje
EXPERIÊNCIA - Di Grassi: categoria eletrificada está mais atraente hoje (Sam Bagnall/LAT Images/Getty Images)

Não é um bicho de sete cabeças. O circuito híbrido que combina o espaço do Sambódromo e as ruas do entorno do Anhembi, na capital paulista, será o primeiro teste de fogo do Gen3 Evo. Com tração nas quatro rodas, o monoposto promete levar a FE a um novo patamar de performance e espetáculo. “O carro acelera mais rápido que a força da gravidade, acelera mais rápido que o Fórmula 1”, diz o piloto brasileiro Lucas Di Grassi, da Lola Yamaha ABT, único representante do país na categoria, já que Sérgio Sette Câmara não seguirá na equipe ERT. Di Grassi acredita que o aumento de potência e velocidade, aliado à imprevisibilidade proporcionada pelos novos pneus, contribuirão para o aumento da base de fãs, hoje em 400 milhões de pessoas ao redor do mundo.

A FE também se consolida como uma força motriz no desenvolvimento de tecnologias para carros elétricos de rua. Diferentemente da F1, que se concentra sobretudo em aerodinâmica, a categoria elétrica tem como foco a inovação em baterias e os trens de força. “O motor de combustão interna da F1 tem 130 anos, não há muito o que transferir para o seu carro de produção”, diz Dodds. “Estamos ainda na infância dos veículos elétricos a bateria, estamos aprendendo muitas coisas sobre o seu desenvolvimento que estão indo diretamente da pista de corrida para o seu carro.”

Continua após a publicidade

arte fórmula E

A FE também se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade. A categoria é carbono neutro desde sua fundação e busca reduzir sua pegada de carbono em 45% até 2030. “O carbono que produzimos anualmente em torno da nossa temporada de corridas é uma fração do carbono produzido por outros grandes eventos esportivos”, diz Dodds. “Produzimos cerca de 35 000 toneladas de carbono por ano, incluindo viagens de fãs.” Na F1 a emissão vai de 200 000 a 250 000 toneladas.

Além de inovação tecnológica e sustentabilidade, a FE busca ampliar a participação feminina no automobilismo. A categoria realizou um teste exclusivo para mulheres pilotos durante a pré-temporada em Madri, visando dar visibilidade ao talento feminino e abrir portas para futuras oportunidades. “Eu vejo que o futuro do automobilismo precisa de mulheres”, diz Beth Paretta, vice-presidente de esportes da FE. “Vejo que as coisas precisam mudar, de outra forma (o automobilismo) pode estar em perigo.” A aposta na paixão do público brasileiro por velocidade, tecnologia e diversidade consolida sua posição como uma força inovadora e inclusiva no mundo do esporte a motor.

Publicado em VEJA de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.