Maitê Proença fala sobre o assassinato da mãe pelo próprio pai
Convidada do programa Roda Vida da TV Cultura, a atriz falou abertamente sobre o trauma que a atingiu aos 12 anos
Convidada do programa Roda Vida da TV Cultura nesta segunda-feira, a atriz Maitê Proença tocou em um assunto que raramente aborda publicamente: a morte da mãe, Margot Proença Gallo. Em 1970, o procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo, pai da atriz, esfaqueou a mulher onze vezes por ciúmes do professor de francês dela. A futura estrela das telenovelas tinha então apenas 12 anos.
Questionada sobre o episódio pelo jornalista Bruno Meier, de VEJA, ela afirmou que ainda é muito difícil falar sobre o tema por considerar parte apenas de sua história particular. “Não se faz uma carreira com a piedade de ninguém”, defendeu. Quando o crime veio a público, ela teve que aprender a lidar com isso. “Escrevi um livro (Uma Vida Inventada, 2008), que tinha elementos autobiográficos, e fiz o que pude para contar a história a minha maneira, já que a imprensa marrom agora podia falar o que quisesse.”
Emocionada, ela revelou que sentiu “asco físico” pelo pai. “Eu sabia que ele não ia voltar a matar, mas era muito complicado ver aquele homem que tinha destruído a própria vida e que matou também quem ele mais amava, uma pessoa que eu amava mais do que a ele”, desabafou. “Eu tinha uma casa perfeita, estudava na escola perfeita, tudo era perfeito e, num belo dia, tudo isso acabou.”
Maitê lembra que não estava preparada, com tão pouca idade, para superar esse trauma. “O meu problema trouxe desdobramentos terríveis, pois meu pai se matou, meu irmão mais velho se matou e várias outras coisas que não vou contar aqui, mas que lido com elas até hoje”, disse. “Eu sou feliz porque consegui me organizar dentro disso.”