Cacá Diegues é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras
O cineasta venceu outros dez candidatos, entre eles Conceição Evaristo, que contava com massiva campanha em seu favor na internet
O cineasta Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, foi eleito nesta quinta-feira para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, que pertencia ao também cineasta Nelson Pereira dos Santos, morto em abril deste ano.
Diegues venceu outros dez candidatos, entre eles Conceição Evaristo, que contava com massiva campanha em seu favor na internet. Dos atuais 39 membros, apenas cinco são mulheres.
Os demais concorrentes eram Pedro Corrêa do Lago, Raul de Taunay, Remilson Soares Candeia, Francisco Regis Frota Araújo, Placidino Guerrieri Brigagão, Raquel Naveira, José Itamar Abreu Costa, José Carlos Gentili e Evangelina de Oliveira.
A cadeira 7 da ABL foi ocupada anteriormente por Valentim Magalhães (fundador), que escolheu o poeta baiano Castro Alves como patrono, seguindo-se Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz e Sergio Corrêa da Costa.
Fundador do Cinema Novo
Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió, Cacá Diegues é um dos fundadores do Cinema Novo. A maioria dos dezoito filmes que realizou foi selecionada por grandes festivais internacionais, como Cannes, Veneza, Berlim, Nova York e Toronto, e exibida comercialmente na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina, o que o torna um dos realizadores brasileiros mais conhecidos no mundo.
Diegues dirigiu, entre outras produções, Xica da Silva (1976), Um Trem para as Estrelas (1987), O Maior Amor do Mundo (2006) e Tieta do Agreste (1996).
Diegues exilou-se na Itália e depois na França, após o decreto do AI-5 pela ditadura militar, em 1968. Foi casado com a cantora Nara Leão, da qual se separou em 1977, doze anos antes de ela falecer. Com Nara, teve dois filhos: Isabel e Francisco. Desde 1981, é casado com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem teve a filha Flora.