Saiba quem é o provável substituto de Weintraub no ministério da Educação
Militante de direita em Londrina, Carlos Nadalim é secretário de Educação do MEC e pode se tornar o terceiro nome a assumir a pasta
Cotado como o nome da vez para assumir o Ministério da Educação (MEC) no lugar de Abraham Weintraub, Carlos Francisco de Paula Nadalim não é exatamente um nome desconhecido dentro da pasta. Escolhido por Ricardo Vélez Rodriguez para comandar a secretaria de Alfabetização criada pelo primeiro ministro da pasta da gestão de Jair Bolsonaro, Nadalim é autor do e-book As 5 Etapas para Alfabetizar seus Filhos em Casa – o Guia Definitivo, criador do blog Como Educar Seus Filhos e ex-aluno do ideólogo Olavo de Carvalho.
Único sobrevivente do time olavista que tomou conta do ministério no ano passado, Nadalim se formou em direito na Universidade Estadual de Londrina, fez especialização em filosofia e cursou um mestrado em educação na instituição. Apesar do apadrinhamento de Olavo, não tem simpatia pelos expoentes da direita ideológica nas redes sociais, como os blogueiros Bernardo Kuster, Ítalo Marsilli e Allan dos Santos.
ASSINE VEJA
Clique e AssineAntes de assumir a secretaria de Alfabetização, sua experiência na área de educação era como coordenador pedagógico por oito anos da Escola Balão Mágico, fundada há trinta anos por sua mãe, em Londrina, com cerca de 100 alunos. Nadalim é também coautor de um curso online chamado Ensine seus Filhos a Ler – Pré-Alfabetização, com seis módulos, que custa pouco mais de R$ 2 600.
O sucessor de Weintraub é entusiasta do homeschooling e defende veementemente o uso do método fônico para a alfabetização contra a proposta global, que ele atribui ao educador Paulo Freire e associa ao marxismo. Ao contrário do antecessor truculento, Nadalim é visto como um homem tímido e pacífico. Sua indicação, entretanto, desagrada o Conselho Nacional de Educação (CNE) e pode encontrar alguma resistência na ala militar, por conta de sua relação próxima com o guru bolsonarista.
Nadalim é conhecido, principalmente, por defender o método fônico, segundo o qual as crianças devem aprender a ler a partir da memorização dos fonemas associados às letras e rejeitar o método global, que parte das palavras já formadas para chegar à compreensão do significado. Esta fórmula é associada ao método construtivista, rechaçado por alguns educadores e ativistas à direita.
O futuro ministro é fã do cineasta russo Andrei Tarkovsky, toca guitarra e foi considerado pelo então ministro Weintraub um “urso de pelúcia” na época em que a dupla anunciou a reformulação do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). “Esse jeito meu mais ‘confrontivo’ atrai muita antipatia, mas o Nadalim é um doce de pessoa. O Tito (ursinho de pelúcia mascote do programa de literacia familiar) foi inspirado nele”, disse o ministro.