Proibição de celular nas escolas gera poucas reclamações, diz pesquisa
Levantamento do Movimento Desconecta mostra que adaptação dos alunos segue melhor do que o esperado pelos pais

O início do ano letivo trouxe um grande suspense nas instituições de ensino, que envolveu alunos, pais, professores e dirigentes das escolas. Ninguém tinha certeza como seria a implantação da recente lei federal, que proíbe o acesso dos estudantes ao celular dentro das instituições de ensino. Para a surpresa geral, a adaptação está sendo melhor do que todos esperavam, de acordo com o Movimento Descontecta, que reúne 300 escolas, além de pais e mães engajados na mudança da relação dos jovens com o celular.
A avaliação vem de uma pesquisa com líderes do Desconecta dentro dos colégios. A maior parte avaliou que a implantação das novas regras vai bem e como poucas reclamações. Isso representa um grande passo. “Sabemos que essa é uma mudança que exige uma boa adaptação por parte das famílias, especialmente se o celular era usado para a comunicação entre pais e filhos e para o monitoramento durante o deslocamento”, diz Camila Bruzzi, do Desconecta, que realizou o levantamento.
Após anos de costume, a quebra no hábito poderia trazer insegurança. “Com a grande conscientização que vem acontecendo nos últimos meses, já vimos muitos pais mudando de ideia, superando a falsa sensação de segurança, e entendendo que os jovens estão mais expostos a riscos com o celular nas mãos”, afirma Camila.
Apesar do avanço, há ainda um certo desconforto das famílias, principalmente na hora de pegar os filhos na porta do colégio. Os pais alegam que os tempos mudaram. Para eles, a rua da escola não tem a mesma segurança que na época em que eram estudantes. De fato, o mundo é outro, mas as mudanças sempre trazem mudanças justificáveis e que, muitas vezes, valem à pena serem vencidas.