ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Vendas no varejo recuam 0,4% em novembro, aponta IBGE

A desaceleração surpreende o mercado, cuja mediana da previsão era de variação positiva de 0,1%, e acende o alerta para um movimento maior de recuo

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 jan 2025, 10h53 - Publicado em 9 jan 2025, 09h25

Apesar da agenda de promoções tradicional no mês de novembro, com a Black Friday,  as vendas no comércio varejista no Brasil caíram 0,4% na comparação com outubro, quando houve crescimento de 0,4%. A desaceleração surpreende o mercado, cuja mediana da previsão era de variação positiva de 0,1%, e acende o alerta para um movimento de recuo que poderá continuar em 2025, com juros mais altos e crédito mais caro na praça.

O recuo nas vendas de móveis e eletrodomésticos foi o  que mais influenciou negativamente o resultado geral do mês, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE.  No ano, no entanto, o varejo acumula alta de 5%. A média móvel trimestral, que foi de 0,3% em outubro, variou 0,2% no trimestre encerrado em novembro. Na avaliação do gerente da pesquisa, Cristiano Santos, houve uma antecipação das compras da Black Friday.

“O setor de móveis e eletrodomésticos foi o que teve maior queda em novembro. Nos últimos quatro meses, a atividade obteve três quedas (-1,8% em agosto, -3,7% em setembro e -2,8% em novembro) e uma alta (7,8% em outubro). Essa elevação registrada em outubro, porém, foi muito intensa e esteve ligada à antecipação de promoções relacionadas à Black Friday”, afirma.

O resultado acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,6% — 26º mês seguido em que esse indicador é positivo. No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 1,8% na passagem de outubro para novembro. A média móvel trimestral do varejo ampliado ficou estável no trimestre encerrado em novembro, após registrar 0,4% em outubro.

“O resultado de novembro representa estabilidade pelo segundo mês consecutivo, mas muito próximo do recorde histórico registrado em outubro (0,4%). Vale destacar que, dos últimos cinco meses, os resultados positivos de julho (0,6%) e de setembro (0,6%) foram os únicos a apresentar variação fora da faixa de -0,5% a +0,5%. Mesmo com esse cenário estável, é interessante observarmos que o indicador acumulado no ano (5%) é bastante expressivo quando comparado a anos anteriores”, diz Santos.

Continua após a publicidade

Quanto às atividades, cinco dos oito segmentos demonstraram queda: móveis e eletrodomésticos (-2,8%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-2,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%). Por outro lado, entre outubro e novembro de 2024, três grupamentos pesquisados mostraram alta: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,5%), combustíveis e lubrificantes (1,5%) e tecidos, vestuário e calçados (1,4%).

Vendas sobem 4,7% em relação a novembro de 2023

As vendas no varejo cresceram 4,7% contra novembro de 2023. Em novembro de 2024, na comparação com igual mês do ano anterior, cinco das oito atividades pesquisadas apresentaram resultados positivos: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,2%), tecidos, vestuário e calçados (8,0%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,4%) e combustíveis e lubrificantes (1,7%). No sentido oposto, ficaram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-10,6%). O setor de móveis e eletrodomésticos, por sua vez, mostrou estabilidade (0,0%).

O grupo de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,2%) registrou o 21º mês consecutivo de crescimento (o último mês a registrar queda foi fevereiro de 2023: -0,5%). O setor teve a segunda maior contribuição para a formação da taxa do varejo, somando 1 p.p. ao total de 4,7%. “O setor farmacêutico, na comparação interanual, teve um resultado muito forte e foi destaque em variação e influência. Apesar do crescimento expressivo, a alta acabou sendo menor do que nos últimos meses. De junho a outubro, o setor vinha apresentando expansão superior a 15%, evidenciando uma redução no ritmo de crescimento em novembro”, observa Cristiano.

Continua após a publicidade

A atividade de tecidos, vestuário e calçados (8,0%) também teve crescimento nas vendas em relação a novembro de 2023, sendo o sétimo resultado não negativo seguido (2% em maio, 0% em junho, 5,6% em julho, 5,8% em agosto, 3,5% em setembro e 7,9% em outubro). Os resultados foram negativos, quando comparados ao mesmo mês do ano anterior, em somente três dos 11 meses apurados em 2024: fevereiro (-0,5%), março (-0,9%) e abril (-3,7%).

Quanto ao comércio varejista ampliado, observou-se expansão de 2,1% nas vendas frente a novembro de 2023, oitavo mês consecutivo a registrar taxas positivas. A última variação negativa registrada foi em março de 2024 (-1,4%). O resultado é positivo tanto no ano (4,4%) como nos últimos 12 meses (4,0%). Houve altas em duas das três atividades complementares: Veículos e motos, partes e peças (4,5%) e material de construção (3,2%). O único setor a apresentar queda nas vendas foi o de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,7%).

Em relação a outubro, 17 unidades da federação têm queda nas vendas

Quando comparados os resultados de novembro e outubro de 2024, nota-se que 17 unidades da federação obtiveram desempenho negativo, com destaque para Rio de Janeiro (-5,7%), Paraíba (-4,3%) e Goiás (-2,7%). Dentre as dez UFs com resultados positivos, Espírito Santo (4,1%), Acre (1,3%) e Mato Grosso (1,2%) se destacaram.

Continua após a publicidade

No comércio varejista ampliado, houve resultados negativos em 21 das 27 unidades da federação, valendo mencionar Bahia (-5,5%), Rio de Janeiro (-4,9%) e Sergipe (-4,4%). Mato Grosso (2,3%), Amapá (1,2%) e Espírito Santo (0,9%), porém, chamaram atenção dentre os seis estados com desempenho positivo.

(Com agência IBGE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$35,88, equivalente a R$ 2,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.