Vítima de Polanski acusa Oscar de ‘crueldade’ ao expulsar cineasta
'O que aconteceu tem a característica de abuso psicológico a nosso cliente, uma pessoa idosa', diz advogado do cineasta, acusado de abuso a uma menor
O cineasta franco-polonês Roman Polanski considerou “assédio”, nesta sexta-feira, a decisão de sua expulsão, anunciada no dia anterior, do Oscar. A Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood decidiu expulsar Polanski, de 84 anos, que que admitiu uma relação sexual ilegal com uma menor de 13 anos há quatro décadas, e o ator Bill Cosby, sentenciado por agressão sexual contra uma atriz de 45 anos.
Nesta quinta-feira, em seu blog, Samantha Geimer, a vítima de Polanski, descreveu a expulsão como um “ato cruel que só serve às aparências”. “Isso não contribui em nada para mudar a cultura sexista em Hollywood e prova que eles comeriam uns aos outros para sobreviver”, afirmou.
“O que aconteceu tem a característica de abuso psicológico a nosso cliente, uma pessoa idosa. Colocar Bill Cosby e Roman Polanski no mesmo nível é uma total incompreensão, perseguição”, afirmou o advogado de Polanski, Jan Olszewski. “Polanski teve apenas um incidente (desse tipo) em sua vida, pelo qual foi considerado culpado, assumiu a responsabilidade, e a vítima o perdoou.”
“Roman é um homem psicologicamente forte. Ele já viveu coisas (ruins) em sua vida, e não está feliz. Está chocado” com a decisão da Academia, acrescentou Olszewski.
Em um breve comunicado, a Academia de Hollywood indicou que, em uma reunião dos 54 membros de seu conselho, em 1º de maio, decidiu-se expulsar Cosby e Polanski com base no código de conduta lançado em dezembro.