Van Gogh vira objeto de disputa judicial entre brasileiro e museu dos EUA
A empresa Brokerarte Capital Partners, de Gustavo Soter, alega que o Instituto de Arte de Detroit está expondo um quadro roubado de sua coleção
Um brasileiro está acusando o Instituto de Arte de Detroit, dos Estados Unidos, de expor uma pintura de Van Gogh que teria sido roubada de sua coleção de arte particular. De acordo com um processo movido por Gustavo Soter, o colecionador pagou 3,7 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de reais) pelo quadro Une Liseuse de Romans (Uma Leitora de Romance), de Vincent van Gogh –mas uma terceira pessoa não identificada na ação teria tomado posse do quadro, que foi parar posteriormente no museu americano sem seu consentimento. A pintura feita em óleo de 1888 retrata uma mulher lendo um livro.
A ação foi movida na última terça-feira, 10, pela Brokerarte Capital Partners, de Soter, que alega que o Instituto de Arte de Detroit pegou a obra emprestada indevidamente. O museu está realizando uma exposição com 74 obras de Van Gogh. O instituto alega ter protocolos rígidos de curadoria e que a obra fora emprestada de acordo com as práticas legais dos Estados Unidos. Uma audiência foi marcada para a semana que vem.
Soter alega ter comprado a pintura em 2017 e garante que nunca transferiu o título para ninguém. Desde que a terceira pessoa tomou posse da pintura em maio de 2017, o autor não sabia a localização dela, até encontrar postagens nas redes sociais sobre a mostra do museu de Detroit. O processo exige que a pintura seja entregue a Soter antes do final da exposição. Um juiz federal americano determinou que o instituto não mova a pintura, aguardando uma audiência marcada para 19 de janeiro. “O Instituto de Artes de Detroit deve se abster de danificar, destruir, ocultar, descartar, mover ou usar para prejudicar substancialmente seu valor, o item”, ordenou o juiz George Caram Steeh.