Sete obras de arte que poderiam chocar o MBL
Alguns artistas e trabalhos que também entrariam para a lista dos ofensivos
Ao encerrar a mostra Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, em Porto Alegre (RS), um mês antes do previsto, o Santander Cultural disse ter entendido que “algumas das obras da exposição desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas”. A decisão, que divide artistas e conservadores, foi tomada com base em manifestações contrárias às 270 obras de 85 artistas, entre os quais os clássicos Alfredo Volpi e Cândido Portinari, além dos contemporâneos Adriana Varejão e Milton Kurtz, sob a curadoria de Gaudêncio Fidelis.
“Só tem putaria, só tem sacanagem” que é “reconhecida como arte”, disse Felipe Diehl, do Direita AoVivo, em uma série de vídeos divulgados na última sexta-feira (8) em visita à exposição. O militante aparece indignado nas imagens ao ver obras que expunham partes do corpo humano ou pessoas do mesmo sexo se relacionando.
Em toda a história da arte, porém, não faltam trabalhos e artistas que exploram o sexual, o sagrado e profano, quebrando ou se dedicando a escancarar tabus construídos pela sociedade.
Veja abaixo sete exemplos que já causaram escândalos ou que poderiam ser consideradas censuráveis aos olhos de quem, como os integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), se manifestou contra a Queermuseu:
Fotos de Robert Mapplethorpe (1946-1989)
O artista, que viveu ao lado da cantora Patti Smith uma parte da vida, dedicou-se também à fotografia e deixou registros explícitos do erotismo. Mappethorpe registrou as cenas sadomasoquista e homossexual nos Estados Unidos dos anos 1970 e 1980.
A Origem do Mundo, de Gustave Courbet (1819-1877)
Pintada em 1866, a obra realista foi um pedido de Khalil Bey, diplomata turco-egípcio e colecionador de quadros eróticos. Foi vista como pornográfica durante muitos anos.
Eu Vi o Mundo… Ele Começava no Recife, de Cícero Dias (1907-2003)
Em 1931, o trabalho do pintor modernista pernambucano foi recebido com choque pela nudez feminina. Além de ter uma parte cortada para não mostrar a “ousadia” de Cícero Dias, a obra ficou trancada no depósito do Museu de Belas Artes, no Rio, por muitos anos e só foi desempoeirada em 1965 para 8ª Bienal de Arte de São Paulo.
O feminino de Stephanie Sarley
Em 2016, a artista americana teve sua conta no Instagram bloqueada depois de começar a fazer imagens que reproduziam com frutas a vagina e a masturbação feminina.
‘The Guitar Player’, de Balthus (1908-2001)
O artista plástico francês foi diversas vezes criticado por pedofilia, já que retratava muitas adolescentes nuas. Esta é a obra mais polêmica do francês, que chegou a ter uma exposição de polaroides barrada na Alemanha, em 2014.
Os falos de Yayoi Kusama
A exposição Obsessão Infinita, que veio ao Brasil em 2014, trouxe instalações repletas de reproduções de falos da artista chamada de narcisista e até louca que promovia orgias em Nova York.
Teatros das Orgias e dos Mistérios, de Hermann Nitsch
Um dos primeiros trabalhos desse artista que assusta em um primeiro momento por usar sangue e vísceras de animais rendeu-lhe algumas prisões e muita crítica.