Ryan Reynolds: “Minhas filhas não vão ver Deadpool”
Quando não está com o figurino do herói desbocado da Marvel, o ator se infiltra em filmes para a família, caso do musical natalino Spirited, da Apple TV+
Sua carreira deu uma guinada desde que passou a interpretar o super-herói Deadpool — um dos poucos destinados a maiores de 18 anos. É curioso, então, vê-lo em Spirited, um filme tão família. Por que essa escolha? Hoje me dou ao luxo de trabalhar com quem eu gosto. E, nesse caso, eu queria muito trabalhar com o Will Ferrell, um comediante que admiro, que produz e atua no filme. Também gosto de fazer filmes que minhas filhas (ele tem três meninas com a atriz Blake Lively) possam ver. Caso de Free Guy e Pokémon: Detetive Pikachu, que eu amo. No que depender de mim, minhas filhas nunca vão ver Deadpool — pelo menos não por mais uma dúzia de anos, já que os filmes, como todos sabem, são repletos de violência e nudez.
Spirited faz uma releitura moderna de Um Conto de Natal, de Charles Dickens, clássico da literatura sobre um homem avarento visitado por fantasmas natalinos. Um deles mostra ao protagonista seus erros do passado. Se fosse com você, qual seria o maior arrependimento? Olha, o que um adolescente faz em seu quarto provavelmente seria o suficiente para me jogar na cadeia pelo resto da vida. Acho que não tenho um passado obscuro, mas trabalho em Hollywood há muito tempo e nessa indústria somos todos um pouco ruins, não é mesmo?
Você é um ator muito requisitado. Logo, lançou diversos projetos nos últimos anos. Vai manter o ritmo alucinado de trabalho no ano que vem? Não, espero que não, pois a partir de agora meu foco estará totalmente voltado para o terceiro filme de Deadpool (previsto para 2024). Estou trabalhando nesse projeto em tempo integral e vai ser assim provavelmente pelos próximos dois anos.
Longe de Hollywood, você adquiriu o time de futebol Wrexham Red Dragons, do País de Gales, junto com o ator Rob McElhenney, em 2020. Como tem sido cuidar de um clube esportivo sem ter experiência prévia? Fomos muito bem recebidos por todos do time e, desde então, eles nos ensinam diariamente sobre a força de uma comunidade — seja na vitória, seja na derrota. Tem sido um privilégio e também um desafio fazer parte desse projeto. Se possível, farei parte disso até o dia em que eu morrer.
Publicado em VEJA de 16 de novembro de 2022, edição nº 2815