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Rita Lee sacode a poeira e brilha em 2021 com mostra e single

A despeito de um tratamento contra o câncer, a cantora lançou uma mega-exposição, música inédita, álbum de remix e prepara novo livro infantil

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 dez 2021, 12h42

O ano de 2021 não começou bem para Rita Lee. Conhecida por sua jovialidade e alegria de viver, a cantora foi pega de surpresa com o diagnóstico de um câncer no pulmão. A notícia, no entanto, não a abalou. Aos 73 anos, Rita sacudiu a poeira, enfrentou o tratamento e fez a doença regredir. Agora, ela deixa 2021 como uma das artistas mais produtivas do ano, laureada, inclusive, com o troféu Arcanjo de Cultura, entregue nesta quarta-feira, 8, que premiou a mega-exposição em sua homenagem, em cartaz no Museu da Imagem do Som, em São Paulo. Nos últimos doze meses, além da exposição, Rita lançou também um álbum de remixes de seus principais hits, o novo single Change, além de finalizar seu novo um livro infantil, previsto para ser lançado no início de 2022. Ufa!

Considerada uma das melhores exposições do ano em São Paulo – e olha que a concorrência foi acirrada, com as elogiadíssima mostra sobre Clarice Lispector, no Instituto Moreira Salles, e a retrospectiva de Maria Martins, no Masp -, o evento que celebra Rita Lee ficará em cartaz até até fevereiro do ano que vem. Parte desse sucesso veio dos detalhes minuciosos e da vasta quantidade de material raro disponível. Com direção artística de Guilherme Samora, curadoria do filho João Lee, cenografia de Chico Spinosa e sob a supervisão da própria Rita, a exposição que comemora seus 50 anos de carreira encanta os visitantes com os figurinos originais de diversas fases da vida da cantora (como o da Santa Rita de Sampa e o vestido de noiva). Estão lá ainda documentos, fotografias e manuscritos de músicas pinçados de um baú guardado há décadas pela artista.

Ao caminhar pelos corredores do MIS, o visitante fica com a sensação de que Rita Lee foi uma das poucas artistas que, de fato, realmente entenderam o que é o Brasil e como sobreviver por aqui. Afinal, com suas músicas, ela já fez troça do complexo de vira-latas do brasileiro, ironizou nossa religiosidade, denunciou os absurdos da ditadura e, principalmente, cantou sobre o amor sem hipocrisia. Enquanto tem a chance de absorver tudo isso, o espectador se deleita com um farto material documental e cenográfico. Num detalhe para lá de simpático da mostra, o audioguia é narrado pela própria artista, que fez questão de gravar ela própria as explicações sobre cada objeto exposto.

Imagens da exposição da Rita Lee no MIS, em São Paulo -
Imagens da exposição da Rita Lee no MIS, em São Paulo – (Raquel Carneiro/VEJA)

Mesmo isolada em sua casa em São Paulo, Rita não perdeu a energia para brilhar em 2021. A nova música, Change, lançada em outubro, foi composta por ela em parceria com o marido e parceiro musical Roberto de Carvalho, com mixagem do DJ Gui Boratto. Pop e dançante, a faixa tem letra em inglês e francês e uma batida perfeita para as pistas de dança, com uma levada anos 1970. Já a parceria de Gui Boratto surgiu por meio do filho do casal, João Lee, que o convidou para participar do projeto musical Rita Lee & Roberto – Classic Remix. Dividido em três volumes, o projeto foi lançado entre abril e junho e revisita as músicas da cantora com versões remixadas.

A próxima novidade da artista deverá sair já no mês que vem. Na obra, Rita abordará a morte de maneira lúdica para as crianças, em uma história protagonizada pelo personagem Dr. Alex, um simpático ratinho pacifista. É como canta a própria Rita em seu clássico Saúde: “Mas enquanto estou viva e cheia de graça / Talvez ainda faça um monte de gente feliz”. Amém.

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