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Regina Duarte diz que Bolsonaro é ‘doce’ e homofobia é ‘da boca pra fora’

Atriz defendeu voto no candidato do PSL em entrevista ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e fez novas críticas ao PT

Por Redação
Atualizado em 26 out 2018, 15h17 - Publicado em 26 out 2018, 11h25

A atriz Regina Duarte, uma das personalidades que apoiam Jair Bolsonaro (PSL), defendeu o candidato em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na qual afirmou que a fama de machista, racista e homofóbico seria nada mais que resultado de um humor ultrapassado, coisa de “homem dos anos 1950”.

Segundo Regina, que aumentou sua popularidade nas redes sociais ao assumir seu voto em Bolsonaro, a decisão em apoiá-lo não foi instantânea. “Eu estava ‘no armário’, e meu filho mais novo começou a me contestar: já que sempre fui uma pessoa democrática, aberta, justa, como eu podia me fechar no conceito de que Bolsonaro é bruto, tosco, ignorante, violento”, conta sobre suas primeiras impressões em relação ao presidenciável, reforçando que não queria “votar no emissário da raiva”.

“Mas, quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha”, diz. A atriz conta que planejava, até então, votar em Geraldo Alckmin (PSDB) ou João Amoêdo (Novo), mas sua reflexão sobre os erros e omissões do PSDB a fizeram mudar de ideia. “Foi quando notei o tamanho da adesão desse país ao Bolsonaro e pensei: eu sou esse país, eu sou a namoradinha desse país.”

Regina ainda defende a ideia de que os vídeos que circulam na internet, mostrando um Bolsonaro agressivo, são edições montadas que mostram apenas a reação dele a uma provocação, que resultam numa leitura do homem “tosco e bruto”, que na verdade seria apenas “brincalhão, machão”.

“Acredito que 80% dessas reações eram brincadeiras dele: você manda uma porrada e ele devolve outra. O homem com quem conversei durante 65 minutos quer chegar lá democraticamente, seguindo todas as regras das nossas instituições.”

Na entrevista, a atriz voltou a alfinetar o PT, seu antigo desafeto, que a levou, em 2002, a se tornar motivo de chacota quando disse ter medo do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em campanha televisiva. “Eu estava completamente alienada, pois o Lula já havia ganhado a eleição. Aí fui botar a cara na TV, feito uma tonta, para falar de um sentimento, de uma intuição tão particular. Não me arrependo, mas, se pudesse voltar no tempo, teria me informado melhor sobre o que estava acontecendo naquele momento. O país queria o Lula e fui dar a cara a tapa à toa.” Para ela, Bolsonaro é um resultado dos “erros monstruosos do PT e da falta de mea-culpa”, afirma.

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