Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Realidade alternativa

'Tolkien' acerta na maneira como o criador de 'O Senhor dos Anéis' materializou em torno de si um mundo no qual o horror existiria, mas não prevaleceria

Por Isabela Boscov Atualizado em 4 jun 2024, 16h05 - Publicado em 24 Maio 2019, 07h00

Linguista de formação e desde cedo fascinado pela mitologia e pelos idiomas nórdicos, o inglês John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973) cunhou O Senhor dos Anéis, a mais ambiciosa, detalhada e influente fantasia do século XX, com base em um caudal de referências pessoais: a insegurança constante dos precocemente órfãos, o sentimento profundo de amparo proporcionado pelas amizades da juventude, a adoração pela natureza idílica do campo inglês e, num contraste vívido com ela, o susto com a feiura de cidades industriais como Birmingham — para onde teve de se mudar quando a mãe morreu — e o pavor das trincheiras infernais da I Guerra Mundial na região francesa do Somme, onde ele lutou. No autor e também no homem, esses fios se entrelaçaram de maneira indivisível — e refazer sua trama é a tarefa a que se propõe Tolkien (Estados Unidos, 2019), já em cartaz no país.

Seguindo a forma clássica do Bildungsroman, ou romance de formação, o filme do diretor finlandês Dome Karukoski segue Tolkien (interpretado pelo ótimo Harry Gilby e, depois, por Nicholas Hoult) desde os 12 anos, quando sua guarda passou a um padre católico (Colm Meaney), até a década de 30 — a época em que, já casado com Edith Bratt (Lily Collins) e pai de quatro filhos, começou a escrever O Hobbit como uma história para contar às crianças e também, depreende-se, para purgar os horrores e as perdas que tanto o traumatizaram na I Guerra. A paixão por Edith, órfã como ele, é o ponto ao redor do qual os tributos à imaginação de Tolkien se organizam: sincero e bonito, às vezes reverente em excesso, o filme compreende algo essencial do seu protagonista — a maneira como o autor buscou materializar, em torno de si, um mundo ideal.

Publicado em VEJA de 29 de maio de 2019, edição nº 2636

Continua após a publicidade
carta
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Continua após a publicidade

Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.