Quem é Diane Warren, a eterna favorita ao Oscar de melhor canção
Com treze indicações no currículo, a compositora é recordista em disputas na categoria. Nunca venceu
Obcecada pelos Beatles, a compositora Diane Warren entrou em êxtase ao encontrar Paul McCartney no Oscar em 2002. Os dois concorriam em canção original: ela com a romântica There You’ll Be, de Pearl Harbor; e McCartney com Vanilla Sky, tema do filme de mesmo nome estrelado por Tom Cruise. Ambos perderam: Randy Newman levou o prêmio com If I Didn’t Have You, de Monstros S.A. Puxando papo com o ex-beatle, Diane, debochada, disse: “Se alguém me falasse, aos 14 anos, que seria uma perdedora ao lado de Paul McCartney, não acreditaria”. Paul não riu. “Ele queria ganhar, mas eu sabia que iria perder de novo”, conta ela.
The Diane Warren Sheet Music Collection
A resignação não era pessimismo banal: Diane, na época, concorria (e perdia) pela sexta vez. Pois este ano a letrista de 65 anos adicionou ao currículo sua 13ª indicação ao Oscar, com Somehow You Do, balada motivacional do filme Four Good Days. Assim, Diane detém o recorde de pessoa mais vezes indicada à categoria de canção original. Mas — pobrezinha — não tem vitórias até hoje. E a disputa em 2022 será acirrada: ela concorre com estrelas como Billie Eilish, Lin-Manuel Miranda, Beyoncé e Van Morrison.
Diane Warren – Completely (an Anthology of Music)
Because You Loved Me and the Songs of Diane Warren, Vol 3
Incentivada pelo pai, um corretor de seguros, a americana Diane começou a bater na porta de produtores e gravadoras em Los Angeles aos 15 anos, implorando por oportunidades — ela conta que se ajoelhou diante de Cher pedindo que a cantora desse uma chance para If I Could Turn Back Time, música que, mais tarde, se tornaria um hit. A primeira indicação ao Oscar veio em 1988, com a açucarada Nothing’s Gonna Stop Us Now, da comédia Manequim. A segunda, em 1992, com Because You Loved Me, do drama Íntimo & Pessoal, e entoada por Céline Dion. Prolífica, Diane se tornou um midas do cenário pop, cobiçada por artistas que vão de Aerosmith a Justin Bieber. A veterana é ainda um exemplar em extinção: ela compõe sozinha a letra e a melodia, raridade no meio hoje. Sondada por empresas que pagam centenas de milhões de dólares em catálogos musicais, Diane se recusa a vender seu portfólio. E se ganhar o Oscar 2022? Ela ironiza: “Vou começar questionando ‘por que diabos demoraram tanto?’”.
Publicado em VEJA de 2 de março de 2022, edição nº 2778
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