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Resoluções Ano Novo: VEJA por apenas 5,99

Ponto-final

Com uma tensa e apimentada história policial ambientada no século XVIII, Alberto Mussa encerra seu extraordinário ciclo de romances policiais cariocas

Por Jerônimo Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 out 2018, 07h00 • Atualizado em 4 jun 2024, 16h55
  • Uma mulher misteriosa vem de uma visitação noturna ao cemitério quando, oculta pelas sombras do Rio de Janeiro no século XVIII, testemunha um crime: um homem tenta matar um rival, mas é desarmado e ferido pela própria pistola — morrerá dias depois. O início de A Biblioteca Elementar mantém em suspense a identidade da testemunha, do assassino e de sua vítima. Contra as convenções do gênero policial, no entanto, os três personagens já serão conhecidos quando ainda faltarem mais de 100 páginas para o fim do livro. Alberto Mussa, de 57 anos, mostra o domínio narrativo que o consagrou como um dos mais instigantes escritores brasileiros contemporâneos: prende o leitor com a apresentação gradual, finamente calculada, de cada personagem e evento da história.

    A biblioteca elementar
    ‘A Biblioteca Elementar’, de Alberto Mussa (Record; 192 páginas; 37,90 reais ou 29,90 reais em versão digital) (//Divulgação)

    Este é o último título de uma série de cinco romances nos quais o autor se propôs a fazer um “compêndio mítico” de seu Rio natal, sempre a partir de um crime — dos primórdios coloniais em A Primeira História do Mundo à Velha República em O Senhor do Lado Esquerdo. O conjunto oferece um panorama deslumbrante da história social carioca, com toda a vibração e conflito de suas diferentes etnias, classes, credos, e entre eles os mistérios que constituem a propalada matéria mítica, forjada no choque imaginativo de fé católica, lendas indígenas e religiões de matriz africana. A Biblioteca Elementar volta-se para o microcosmo dos ciganos, moradores da Rua do Egito (atual Rua da Carioca), onde se dá o crime. Há um misticismo natural em uma história frequentada por mulheres que leem cartas e a palma da mão, além de um erotismo talvez mais explícito do que nos demais livros da série. De quebra, o Santo Ofício lança sua sombra inquisitorial sobre os moradores da Rua do Egito.

    Enganosa em seus avanços e recuos, a narrativa reserva uma revelação para as últimas páginas — uma revelação que surpreenderá o leitor, ainda que, à luz de vários indícios plantados ao longo do livro, possa parecer tão elementar quanto a biblioteca aludida no título. Um belíssimo ponto-final.

    Publicado em VEJA de 10 de outubro de 2018, edição nº 2603

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