O dia em que Spielberg censurou ‘E.T.: O Extraterrestre’ – e se arrependeu
Filme acaba de voltar aos cinemas para celebrar seus 40 anos
Há 40 anos, em 1982, chegava ao cinema um filme que hoje ostenta sem exageros o selo de clássico. E.T. O Extraterrestre, de Steven Spielberg, era o resumo da magia que Hollywood prometia ao mundo: uma aventura de ficção científica livre para toda a família e com uma mensagem de tolerância ao narrar a amizade de uma criança e um alienígena. Spielberg cravava ali o selo de diretor mais versátil do meio, capaz de fazer terror, aventura, drama e também um filme infantojuvenil. Mas nem o sucesso fez do cineasta uma pessoa imune à insegurança.
Em 2002, no aniversário de 20 anos de E.T., Spielberg revisitou o filme e decidiu fazer algumas alterações em sua obra. Uma edição especial foi lançada em DVD com melhorias e alterações feitas digitalmente, alterando as cenas que já existiam. Algumas dessas intervenções vieram para atualizar os efeitos especiais que não existiam na época – como dar mais mobilidade para as feições do robôzinho que “interpreta” o alienígena enrugado. Duas mudanças, porém, tinham como propósito deixar o filme mais politicamente correto.
A mais dramática foi a retirada digital das armas de fogo das mãos dos policiais que estão perseguindo o protagonista Elliot (Henry Thomas) e o E.T. – as armas foram substituídas por walkie-talkies. Em outra cena, no Halloween, um diálogo foi alterado: a mãe de Elliot o proíbe de se fantasiar de “terrorista”, palavra que foi substituída para “hippie”.
Essa nova versão se tornou a única disponível até 2012, quando, nos 30 anos do aniversário do filme, Spielberg assumiu que se arrependeu das mudanças, e o longa original foi relançado em Blu-ray. A versão oficial, então, voltou a reinar. Agora, em seus 40 anos, E.T. pode ser visto de volta nos cinemas e também em casa, na plataforma Prime Video, da Amazon.