O castelo amado pela rainha Elizabeth II que foi seu refúgio final
A propriedade de Balmoral, na Escócia, era um lugar cheio de memórias pessoais e políticas para a monarca, que morreu aos 96 anos cercada dos filhos e netos
O Castelo de Balmoral, nas terras altas da Escócia, refúgio em que a rainha Elizabeth II morreu hoje aos 96 anos, cercada pela família real, foi também seu lugar favorito no Reino Unido. Ao longo de seu reinado, a monarca manteve a tradição de passar lá os meses de julho a outubro, atravessando o alto verão e início de outono na amada propriedade comprada pelo Príncipe Albert para a Rainha Vitória em 1852.
A ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, no entanto, odiava o lugar e considerava suas visitas ao castelo um “purgatório”. A princesa Diana também não gostava. Foi em Balmoral também que a família real – inclusive os príncipes Harry e William – souberam da morte da mãe, a princesa Diana, em 1997. Mas, para Elizabeth II, Balmoral sempre foi mesmo seu “querido paraíso”. O castelo também foi um dos lugares favoritos da rainha Vitória. Foi para Balmoral que Elizabeth II e sua irmã, a princesa Margaret, fugiam na juventude para se sentirem pessoas normais. Em uma anedota contada pela família real, quando a II Guerra ameaçou cancelar a viagem das irmãs para o castelo, Margaret teria dito: “Quem é esse Hitler, estragando tudo?”.
O quarto episódio da segunda temporada da série The Crown, da Netflix, tem a propriedade como cenário de eventos curiosos. O príncipe Philip, duque de Edimburgo, está preocupado com a caçada de um cervo, enquanto a rainha Elizabeth II prefere os convescotes com sua mãe e irmã. O clima é de descontração, exceto para a jovem Diana Spencer. Convidada do príncipe Charles, a viagem ao castelo é tida como a prova de fogo para ela. Se Lady Di sobreviver a um final de semana por lá, ela seria capaz de enfrentar qualquer coisa.
Balmoral tinha também um significado ainda mais sentimental para a rainha. Foi lá que ela conheceu, em 1944, seu primo distante, Philip, então oficial do Exército britânico. Anos mais tarde ele a pediria em casamento também em Balmoral. A partir da união, em 1947, os dois manteriam o hábito de passar suas temporadas anuais juntos com tarefas bem definidas em ocasiões festivas: Philip cuidava do churrasco, enquanto a rainha coordenava a arrumação da cozinha. O interior do castelo se mantém inalterado desde os tempos vitorianos. O mais recente compromisso oficial da rainha Elizabeth II ocorreu em um dos salões do castelo, quando ela recebeu a nova primeira-ministra do reino Unido, Liz Truss, para aceitar sua nomeação.