O ‘artista’ valentão: Ezra Miller quer transformar suas brigas em NFT
Em vídeo registrado durante prisão no Havaí, ator diz a policiais que foi agredido e que planeja transformar os registros em arte virtual
O ator americano Ezra Miller, 29 anos, o Flash de Liga da Justiça e o Credence em Animais Fantásticos, vem chamando a atenção recentemente por um comportamento agressivo e desordeiro. Entre março e abril, Miller foi detido duas vezes no Havaí acusado de agressão. Em um vídeo da primeira prisão, ocorrida em um bar, o ator aparece em uma discussão com policiais, dizendo que era ele quem havia sido agredido no estabelecimento. A filmagem, divulgada pelo site americano TMZ nesta quarta-feira, 11, parece vir de uma câmera corporal de um dos policiais. No bar, um homem afirma que estava jogando dardos quando o ator se aproximou e cuspiu nele. Na sequência, enquanto Miller é conduzido para fora do local, ele diz: “Fui agredido neste bar, duas vezes seguidas. Eu me filmo quando sou agredido, para transformar em NFT”. Sigla em inglês para token não fungível, o NFT se tornou recentemente um novo formato de arte digital que desafia as lógicas de mercado do meio ao comercializar por milhões obras virtuais.
Na gravação, o ator também solicita com insistência pelo nome e o número do distintivo do policial, que o fornece. Enquanto é algemado, Miller invoca duas emendas da Constituição Americana. Em outro momento, ele grita que o policial havia tocado em seu pênis, pedindo para que não o fizesse, ao que o policial responde que não o havia tocado. “Sou transgênero, não-binário e não quero ser revistado por um homem!”, ele continua. Os pertences do ator aparecem sendo ensacados no vídeo. Ele pede: “Por favor, não tire isso de mim. O anel do Flash significa muito para mim”.
A primeira prisão de Miller no Havaí aconteceu em 28 de março. Em nota, o Departamento de Polícia local afirma que ele “começou a gritar obscenidades” para pessoas que cantavam karaokê, e depois “atacou um homem de 32 anos que jogava dardos” — o que é capturado, em parte, pelo vídeo. Miller foi acusado de conduta desordeira e agressão, e liberado após pagar uma fiança de 500 dólares. Menos de um mês depois, foi novamente preso no Havaí, depois da denúncia de que teria jogado uma cadeira em uma mulher, em uma reunião em uma residência particular. Dessa vez, foi liberado enquanto uma investigação mais aprofundada é aguardada.
Segundo a revista americana Rolling Stone, o futuro de Miller com a Warner Bros. e a DC estaria ameaçado. Em 30 de março, após a prisão do ator, os executivos das empresas tiveram uma reunião de emergência, na qual o consenso teria sido pausar qualquer projeto futuro envolvendo Miller, inclusive possíveis aparições no universo estendido da DC. The Flash, protagonizado pelo ator, está programado para 2023. Uma fonte disse à publicação americana que, durante a produção do longa, Miller teve “colapsos frequentes” e estava “enlouquecendo”, apesar de não terem sido descritos gritos ou ataques de violência.
As brigas no Havaí não são exatamente novidades no currículo do ator. Em abril de 2020, por exemplo, circulou pelas redes sociais cenas do ator aparentemente enforcando uma mulher em um bar na Islândia. Ele foi expulso do local, e nenhuma prisão foi realizada na ocasião. Em janeiro deste ano, postou um vídeo no Instagram, já deletado, ameaçando a milícia racista Ku Klux Klan. Ele diz que os membros da organização deveriam se matar com suas próprias armas, ou ““faremos isso por vocês”. Miller chegou a defender a posse de armas em outras ocasiões, alegando que as pessoas precisam se proteger.