Nobel de Literatura espera contribuir em ‘tempos de incerteza’
'O mundo atravessa agora um momento de muita incerteza e acredito que todos os Prêmios Nobel possam ser uma força positiva', disse Ishiguro à BBC
O nipo-britânico Kazuo Ishiguro, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2017, disse nesta quinta-feira à emissora BBC que o reconhecimento o faz sentir “surpreendentemente lisonjeado” e que acredita que, diante do atual contexto mundial, os prêmios possam representar “uma força positiva”.
“O mundo atravessa agora um momento de muita incerteza e acredito que todos os Prêmios Nobel possam ser uma força para trazer algo para o mundo”, afirmou o escritor. Ishiguro acrescentou que se sentiria “profundamente comovido” se pudesse “contribuir de alguma maneira para criar uma atmosfera positiva em tempos de grande incerteza”.
O escritor de 62 anos confessou em declarações à emissora britânica que, por não ter sido contatado diretamente pela Academia Sueca, chegou a pensar que se tratava de uma “piada”. “É uma honra magnífica, principalmente porque significa que estou seguindo os passos dos grandes autores que existiram, e isso é uma menção espetacular”, comentou o laureado.
Ishiguro escreveu oito livros, entre os quais se destaca Os Vestígios do Dia (1989), vertido em filme em 1993 por James Ivory, com Anthony Hopkins e Emma Thompson no elenco.
Ao anunciar o prêmio, a Academia Sueca lembrou que os temas mais recorrentes na obra de Ishiguro são a memória, o tempo e o autoengano.
Nascido em 1954 em Nagasaki, Ishiguro viveu no Japão até os cinco anos de idade e, em 1960, sua família se mudou para o Reino Unido, onde obteve a cidadania britânica em 1982.
(Com agência EFE)