No Dia da Mulher, atrizes pedem sororidade e convocam protestos
Marina Ruy Barbosa criticou rivalidade feminina, enquanto Débora Falabella e Bruna Linzmeyer divulgaram texto de manifesto feminista internacional
O Dia Internacional da Mulher de 2019 começou especialmente politizado no Brasil. Atrizes e personalidades brasileiras foram às redes não para homenagear suas “irmãs” ou celebrar, mas sim para protestar — seja contra a violência e as injustiças, seja contra as rivalidades fabricadas, na mídia ou no inconsciente coletivo, sempre que duas mulheres dividem o holofote.
Marina Ruy Barbosa, atriz da Globo recentemente envolvida no escândalo virtual em torno da separação da atriz Débora Nascimento e do ator José Loreto, concentrou sua mensagem na segunda opção e destacou a ideia de sororidade (sentimento de solidariedade entre as mulheres).
“Não seja uma mulher opressora”, pediu em sua conta no Instagram. “Colocar em prática atitudes feministas diante de uma sociedade que todos os dias propaga a rivalidade e competitividade entre as mulheres não é fácil. Mas é um esforço diário, e um olhar atento para todas as atitudes que temos. Devemos ter atenção, ninguém sabe a dor que a outra sente, problemas, angústias, cobranças… Antes de acusar, julgar, expor, procure saber, vá atrás da verdade, pois suas atitudes e comentários podem trazer um mal irreversível para outra mana”.
Débora Falabella também publicou um post com viés feminista, mas preferiu uma abordagem mais política, chamando a atenção para o projeto Agora É Que São Elas, coletivo criado em 2015 para dar voz a mulheres em espaços profissionais normalmente ocupados por homens. Citando um projeto de lei que pode reduzir as vagas obrigatórias para candidatas em partidos, a atriz declarou apoio a um manifesto feminista internacional que vem circulando pela internet e ganhando força neste 8 de março, convocando suas seguidoras a assinarem o documento. Leandra Leal também apoiou a ideia, no Twitter.
O texto, que pode ser lido na íntegra no site internacionalfeminista.org, define os focos do movimento “contra os feminicídios e toda forma de violência de gênero; pela autodeterminação de seus corpos e acesso ao aborto seguro e legal; por igualdade salarial para trabalhos iguais; pela livre sexualidade (…) contra os muros e fronteiras; o encarceramento em massa; o racismo, a islamofobia e o anti-semitismo; a desapropriação das terras de comunidades indígenas; a destruição de ecossistemas e a mudança climática”. Mais adiante, o grupo se posiciona contra governos de direita que cerceiam os direitos de mulheres e pessoas LGBTQ+ em nome de “valores tradicionais”.
Outras famosas aderiram ao movimento, inclusive convocando o público a participar de manifestações nas ruas que acontecerão durante todo o dia ao longo desta sexta-feira, em diversas capitais do País. Nanda Costa recomendou: “Vista-se de você, e bora pra rua com a gente!”, enquanto Bruna Linzmeyer convidou: “Vamos juntes [sic] rumo a uma marcha internacional feminista?” — a palavra “juntes” apareceu em diversas mensagens e hashtags, como um recado de inclusão a pessoas de todos os gêneros.
Por meio de stories, nomes como Elisa Lucinda, Dira Paes, Cleo Pires, Maria Clara Araújo, Nathalia Dill, Letícia Sabatella, Carolina Ferraz e Astrid Fontenelle também se posicionaram em apoio à mobilização.
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