Netflix se posiciona sobre rumores de “morte do cinema” com aquisição da Warner Bros.
Ted Sarandos responde à indústria cinematográfica, que tem cultivado uma visão pessimista sobre aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix
Desde que anunciou a compra da Warner Bros. em um acordo de 72 bilhões de dólares, a Netflix tem sido alvo de críticas em relação à própria posição sobre distribuição de filmes no cinema. Mais cedo neste ano, em entrevista a Sam Jacobs, da revista Time, o co-CEO da Netflix Ted Sarandos afirmou que lançar filmes no cinema era um negócio “ultrapassado”. As opiniões de Sarandos de que a Netflix estaria revolucionando Hollywood ao liderar o principal streaming do mundo acenderam um alerta em muitos diretores e trabalhadores da indústria, que temem que a Netflix deixe de lançar filmes no cinema agora que detém os estúdios Warner Bros.
James Cameron, cineasta por trás da saga Exterminador do Futuro e Avatar, foi um dos que se posicionou contra a aquisição, que foi anunciada em 4 de dezembro. “A Netflix seria um desastre. Ted Sarandos já declarou publicamente que os filmes exibidos nos cinemas estão mortos. ‘Os cinemas estão mortos’. Palavras dele”, afirmara Cameron.
Ciente das críticas, Sarandos cedeu uma nova entrevista, dessa vez à revista americana Variety, falando sobre o assunto que causa preocupações em toda a indústria cinematográfica. “Estamos profundamente comprometidos em lançar os filmes da Warner Bros. exatamente da mesma forma que eles os lançam hoje… Se tivéssemos fechado este negócio há 24 meses, todos aqueles filmes que vimos este ano terem um desempenho tão bom nas bilheterias da Warner Bros. teriam sido lançados da mesma forma nos cinemas, como Minecraft, Superman, A Hora do Mal, Pecadores, todos esses filmes. Com a entidade operacional da Warner Bros., acreditamos que é realmente importante a forma como eles criam e como geram valor”, afirmou Sarandos.
Para além disso, Sarandos disse que acredita que a aquisição da Warner Bros. pela Netflix “é uma ótima maneira de criar e proteger empregos na indústria do entretenimento”.
Tudo sobre o leilão da Warner Bros. Discovery
Em 4 de dezembro, a Netflix se tornou vencedora da disputa pela aquisição dos estúdios de cinema e plataformas de streaming do conglomerado Warner Bros. Discovery (WBD). Segundo o portal Deadline, a Netflix ofereceu US$ 27,75 por cada ação do conglomerado e ainda arcará com multa de US$ 5 bilhões caso o acordo não seja concluído como planejado. O valor do negócio é de US$ 72 bilhões, enquanto a Warner Bros. Discovery vale aproximadamente US$ 82,7 bilhões.
A principal rival do streaming na disputa era a Paramount Skydance, que almejava comprar toda a Warner Bros. Discovery. Na última segunda-feira, 8, então, a Paramount Skydance lançou uma oferta agressiva no valor de US$ 108,4 bilhões (cerca de R$ 592 bilhões) pela WBD, interferindo no acordo em negociação do conglomerado com a Netflix, para tentar barrar a ampliação do domínio da maior plataforma de streaming do mundo no mercado global de entretenimento. Por enquanto, o resultado dessa briga de titãs ainda está em aberto.
A compra e venda da WBD faz parte da decisão divulgada em 2025 de que a empresa se dividiria em duas, mudança prevista para acontecer em 2026. De um lado, a Warner Bros. será composta pela Warner Bros. Television, Warner Bros. Motion Picture Group, Estúdios DC, HBO e HBO Max. O outro lado da divisão, a Global Networks, vai trabalhar com a CNN, a TNT Sports nos EUA, o canal Discovery, o streaming Discovery+, o Bleacher Report e canais de TV aberta na Europa.
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