Memorial da América Latina reabre espaço consumido por incêndio
Reconstrução do Auditório Simón Bolívar durou quatro anos e incluiu refazer das cinzas uma peça de 840 metros quadrados de Tomie Ohtake
O Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, em São Paulo, voltará a funcionar em 15 de dezembro. Há quatro anos, um incêndio destruiu cerca de 90% do espaço projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Após uma grande reforma, o espaço receberá, na cerimônia oficial de reabertura para convidados, a Orquestra Jazz Sinfônica. No dia seguinte, ela retorna para o público em geral.
A recuperação custou 42 milhões de reais. Preservado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), o edifício teve a arquitetura original de Niemeyer preservada, ainda que o projeto tenha passado por algumas adaptações, principalmente, para atender questões de segurança. Cortinas, poltronas, carpetes, revestimentos, tudo foi feito com material de combate a incêndio.
“Instalamos modernos sistemas de hidrantes e ar-condicionado, com sprinklers (componente que descarrega água em caso de incêndio) e detectores de fumaça em todo o ambiente, mais saídas de emergência, piso tátil, rampas e elevadores para pessoas com deficiência”, explica Irineu Ferraz, presidente da Fundação Memorial da América Latina. “Também modernizamos os sistemas de iluminação, de som e de acústica que, agora, nada fica a dever para as melhores salas do mundo”.
Até a tapeçaria de Tomie Ohtake, que decorava a parede lateral entre as plateias A e B não sobreviveu ao fogo, foi reconstruída à mão a partir do croqui original da artista. Agora, a peça de 840 metros quadrados também utiliza material anti-incêndio. Retornam ainda a escultura Pomba, de Alfredo Ceschiatti, e o mural Agora, de Victor Arruda.
O incêndio, em novembro de 2013, foi causado por um curto-circuito na abóboda. Cerca de 250 bombeiros trabalharam para apagar o fogo e 25 deles acabaram hospitalizados, quatro com ferimentos grave. O trabalho de recuperação começou em outubro de 2015, após dois editais de licitação.
Além da apresentação na abertura, a Orquestra Jazz Sinfônica, que estreou em 1990 justamente no palco do auditório, tocará também em 16 de dezembro, homenageando a cantora Elza Soares. Convidada de honra, a cantora terá a companhia de Baby do Brasil, Paula Lima, Vânia Bastos, Lineker, Rosana e As Bahias e a Cozinha Mineira. Os ingressos custam de 80 reais a 140 reais e estão à venda na internet (na bilheteria, a partir de 12 de dezembro).