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Malásia decide exibir ‘A Bela e a Fera’ sem cortar ‘cena gay’

Autoridades do país haviam exigido cortes no filme, mas a Disney se negou a fazer isso

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h32 - Publicado em 21 mar 2017, 12h06

O atual megassucesso A Bela e a Fera, que estava no banco dos réus na Malásia por incomodar os mais conservadores com uma “cena gay“, será exibido na maioria dos países muçulmanos sem cortes, informaram os estúdios Disney nesta terça-feira. “O filme será lançado na Malásia em 30 de março, com classificação indicativa de 13 anos e sem cortes”, afirmou a Disney por e-mail à agência AFP.

A cadeia de cinemas Golden Screen também tuitou informando que o filme será exibido sem cortes na Malásia. A autoridade de censura malaia ainda não emitiu comentários.

O filme, estrelado por Emma Watson, a Hermione de Harry Potter, causou polêmica entre vários grupos conservadores no mundo todo que ficaram incomodados com o personagem Le Fou, o companheiro inseparável do vilão Gaston, por sua caracterização dúbia, transformando-o no primeiro personagem abertamente gay do universo Disney.

As autoridades malais haviam exigido cortes no filme, mas a Disney se negou a fazer isso, optando por adiar a estreia e apelar da decisão. “A maneira como ele dança é… gay e o diálogo e a letra da música também. Na mesma cena, ele ainda levanta a camisa e mostra uma marca de ‘chupão’ na barriga”, reclamou Abdul Halim Abdul Hamid, chefe do Comitê de Censura de Filmes em entrevista à AFP na semana passada.

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Mas alguns membros do Parlamento questionaram na segunda-feira a necessidade de censurar o filme, argumentando que isso resultaria em uma má publicidade para a Malásia. A homossexualidade é ilegal no país e pode resultar em prisão e punição física.

Grupos religiosos e autoridades islâmicas criticam o filme e pediram que seja proibido por promover “valores negativos”. A censura aconteceu uma semana depois de a Rússia declarar o filme impróprio para menores de 16 anos, a pedido de um deputado ultraconservador pelo mesmo “momento gay”. O deputado russo Vitali Milonov classificou o filme como “descarada propaganda do pecado e das relações sexuais pervertidas”, em carta enviada ao ministro da Cultura, Vladimir Medinski. O deputado é um dos principais defensores da lei russa contra “propaganda gay”, assinada pelo presidente Vladimir Putin em 2013.

O diretor de A Bela e a Fera, Bill Condon, revelou, antes do lançamento, que o filme continha “o primeiro momento exclusivamente gay” na história da Disney, apesar de alguns críticos que assistiram ao filme terem minimizado a questão.

A Bela e a Fera também foi criticado em Singapura, país vizinho da Malásia, onde o clero cristão acusou a Disney de desviar-se dos “valores saudáveis ​​e dominantes”. “Aconselhamos os pais a conversar com seus filhos sobre esta nova versão de A Bela e a Fera”, declarou o bispo Rennis Ponniah, presidente do Conselho Nacional das Igrejas de Singapura.

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Ignorando as controvérsias, as bilheterias registraram recordes no fim de semana de lançamento do filme, que arrecadou 357 milhões de dólares em todo o mundo.

(Com agência France-Presse)

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