Kate Spade se separou do marido dez meses antes de morrer
Em comunicado ao 'NYT', empresário nega que Kate abusasse do álcool, como sugeriu a sua irmã ao jornal popular 'The Kansas City Star'
Andy Spade, marido da estilista Kate Spade, encontrada morta em seu apartamento em Nova York, na última terça-feira, aos 55 anos, confirmou a separação do casal, relatada pela irmã de Kate ao jornal The Kansas City Star, em um comunicado enviado ao New York Times. No texto, ele diz que Kate sofria de depressão havia seis anos, e que havia dez meses eles viviam em apartamentos separados, mas próximos, e que compartilhavam a criação da filha, Frances Beatrix, de 13 anos.
Andy não deixa claro, no entanto, se a separação era mesmo um divórcio ou se os dois apenas se deram mais espaço e mantiveram a relação. O empresário diz que ele e Kate se davam bem, às vezes passavam férias juntos e seguiam trabalhando em parceria na marca de acessórios Frances Valentine, lançada em 2016. A prioridade do casal era a filha. Ele ainda afirmou que não havia sinais de que Kate pretendesse o suicídio.
“Kate teve depressão e ansiedade por muitos anos. Estava procurando ajuda ativamente havia cinco anos, vendo um médico regularmente e tomando medicamentos para a depressão e a ansiedade”, disse Andy Spade. “Não houve abuso de substâncias nem de álcool. Não houve problemas na empresa. Amamos criar nosso negócio juntos. Estávamos cuidando juntos da nossa linda filha”, disse Andy, lamentando os vazamentos da polícia da carta deixada pela estilista, que afirma ainda não ter lido.
“Estivemos em contato na noite anterior e não houve advertências de que faria isto. Foi um choque total. Não era ela mesma. Existiam demônios pessoais que estava combatendo”, acrescentou. “Kate era a mulher mais linda do mundo. Era a pessoa mais amável que já conheci e foi minha melhor amiga durante 35 anos. Minha filha e eu estamos devastados por sua perda, e não consigo sequer começar a imaginar a vida sem ela.”
Irmã descreditada
Uma irmã da estilista, Reta Saffo, dois anos mais velha que ela, havia indicado ao Kansas City Star que Kate Spade se “automedicava com álcool”, e que no passado não quis se internar em uma clínica para combater sua depressão por medo de que isso afetasse a imagem de sua marca, associada à alegria e ao entusiasmo.
Suas declarações foram desmentidas por Andy Spade e pelo irmão de ambas, Eric Brosnahan, que afirmou que Reta cortou relações com o resto da família havia dez anos. Brosnahan classificou as declarações de Saffo ao Kansas City Star como “amplamente incorretas”.
“Katy estava muito contente a maior parte do tempo, a pessoa mais divertida do mundo, e às vezes ficava realmente triste”, contou ao New York Times uma das melhores amigas da estilista, Elyce Arons. Elas se conheceram na Universidade do Kansas e se tornaram sócias na Kate Spade, fundada em 1993, e na Frances Valentine de 2016.
A depressão chegou devagar, segundo a amiga. Falavam dela, “e acabávamos rindo”, disse. Kate Spade “sentia que podia lidar sozinha com ela”, disse. Às vezes, as duas comentavam o suicídio de alguma celebridade, e Kate dizia que jamais faria o mesmo.
Dom invejável
As reações à morte da fundadora da icônica marca nova-iorquina continuam chegando. “Kate Spade tinha um dom invejável para compreender exatamente o que as mulheres do mundo queriam vestir. Lançou sua marca em um momento em que todos pensavam que a definição de uma bolsa era estritamente europeia, um símbolo de status e riqueza imposto havia décadas”, disse a chefe de redação da Vogue, Anna Wintour, em um comunicado.
Especialista em acessórios desde sua época como editora na revista Mademoiselle, Kate Spade era, sobretudo, conhecida por suas bolsas elegantes e urbanas.
“Depois chegou esta jovem americana que mudou tudo. Houve um momento em que você não andava uma quadra em Nova York sem ver uma das bolsas dela, que eram, como ela, coloridas e despretensiosas”, acrescentou Wintour.
“Kate desenhou com um grande encanto e humor e construiu um império mundial que refletiu exatamente quem ela era e como vivia. Muito antes de falarmos em ‘autenticidade’, ela definiu o termo”, completou.
Se você precisa de apoio emocional, entre em contato com o serviço gratuito de prevenção do suicídio CVV, o Centro de Valorização da Vida, através do telefone 188 ou do site www.cvv.org.br.